sexta-feira, 31 de julho de 2009
Pacto
Guarda teu passado
a quatro chaves.
Destranca o cadeado
apenas do que nos agrade.
Mantém sob grades
os atos que não dizem de ti.
Responda-me
se e só
quando muito insistir.
Assim o farei também.
O amor
se contorce de dor
quando sabe além.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Dia das avós
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Ponto de vista
domingo, 19 de julho de 2009
No mesmo barco
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Minudências
Os dias se sucedem
sem que os lábios sequem...
Você me bebe
e eu lhe bebo
no desassossego
dos pequenos goles.
Em lentidão,
você me percebe
e me descobre,
eu lhe percebo
e lhe descubro
na vastidão
de cada detalhe.
Sei que busca
da minha alma
o talhe;
sabe que busco
da sua,
o matiz.
Você me beija
e eu lhe beijo
dando a diretriz.
E criamos elos
entre o que há de gestos
e o que se diz.
As verdades vêm
em medidas.
Não vive o amor
das minudências sentidas?
Escrito em 2007.
Obteve, em 2008, o 3º lugar geral
na 2ª edição do Concurso Internacionalizando o Jovem Escritor.
Debatido no Estúdio de Criação Poética em junho de 2009.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
Armadilha
Ao publicar uma obra,
o autor se arrisca.
Quando esta faísca
a lhe dizer que brilha?
Renata de Aragão Lopes
Debrucei-me, por 30 dias, sobre a "Obra imatura",
de Mário Raul de Morais Andrade,
por sugestão e presente da Editora Ediouro.
Imatura? - a primeira de minhas indagações.
O título se justifica por trazer a obra
textos antigos e outros que o autor,
ainda em produção,
considerava não amadurecidos.
De início, o livro publicado em 1917
cujo título é um verso alexandrino:
"Há uma gota de sangue em cada poema".
Sob o pseudônimo de Mário Sobral
e a assumir os custos da gráfica,
o autor o lançou com apenas 13 poemas,
todos escritos em abril,
dentre os quais destaco
trechos de a "Exaltação da paz"
e o romântico "Epitalâmio".
Criticado à época, o livro foi definido
pelo próprio Mário de Andrade
como um "livrinho de versos pacíficos",
"ruim esquisito".
Em seguida, "Primeiro andar":
uma seleção de contos
escritos entre 1914 e 1922.
Excelente leitura.
Temas variados, abordagens peculiares.
Por fim, "A escrava que não é Isaura",
ensaio em que Mário de Andrade
propõe a arte moderna brasileira.
O que mais me encantou?
Conhecê-lo!
Descobrir que, metódico,
mantinha seus manuscritos
em pastas de cartolina colorida;
que, curiosamente,
destruía os passos de seus textos,
assim que publicados;
que era capaz de se dedicar
à elaboração simultânea de obras;
que olhava severamente para seus escritos
e os revia, com acréscimos e rasuras
feitos a pena ou grafite.
Para deleite, a "Obra Imatura" traz,
em suas últimas páginas,
cópias de alguns manuscritos
datilografados e rasurados pelo autor.
Além de, em minha estante,
o livro encontra-se disponível
no link: Obra Imatura
quarta-feira, 8 de julho de 2009
Soturno
Inicie a música antes da leitura.
Chopin
enche de noite esta manhã
de inverno.
O sol
brilha e não aquece o virol
das nuvens.
O vento
sopra e não alivia o ferimento
das folhas.
O café
bem forte me mantém ao pé
da cama.
A escuridão,
o frio e a dor não estão
lá fora.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Fim da festa
Há uma solidão tão minha
que até de mim se disfarça
quando estou sozinha.
E não passa
onde quer que eu esteja,
porque sempre me segue
sem que eu sequer a veja.
Ela está aqui,
escondida,
mas quase despercebida
num beijo de amor.
É quando quase alcanço o céu...
... e de lá me assombro!
Quanto mais fantasio,
maior o vazio,
pior o tombo;
pois não há amor
sem alguma expectativa,
nem há expectativa
sem alguma dor.
Ilusão...
Desilusão...
É sempre o que resta.
A solidão é o fim da festa.
Quando muito,
há paetês no chão.
Ao menos sei
que é assim
e guardo pra mim
essa lucidez nas mãos.
Um dos quinze poemas selecionados no IV Prêmio Literário Livraria Asabeça
que até de mim se disfarça
quando estou sozinha.
E não passa
onde quer que eu esteja,
porque sempre me segue
sem que eu sequer a veja.
Ela está aqui,
escondida,
mas quase despercebida
num beijo de amor.
É quando quase alcanço o céu...
... e de lá me assombro!
Quanto mais fantasio,
maior o vazio,
pior o tombo;
pois não há amor
sem alguma expectativa,
nem há expectativa
sem alguma dor.
Ilusão...
Desilusão...
É sempre o que resta.
A solidão é o fim da festa.
Quando muito,
há paetês no chão.
Ao menos sei
que é assim
e guardo pra mim
essa lucidez nas mãos.
Um dos quinze poemas selecionados no IV Prêmio Literário Livraria Asabeça
– Poesias, Contos e Crônicas, realizado em 2005, pela Scortecci Editora.
Integra a respectiva antologia.
Publicado no Poema Dia e debatido no Estúdio de Criação Poética,
respectivamente, em fevereiro e junho de 2009.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
DNA
Meu filho nasceu no meu dia:
o mesmo tom nos cabelos,
idêntico franzir de testa.
Veio, ainda, com a minha mania:
falar pelos cotovelos,
querer da noite uma festa.
Herdou-me a rebeldia:
a tudo encara, tão cedo,
com olhar audaz e valente.
E vejo que até me copia,
ao temer o que tive mais medo:
a simples troca de um dente.
Escrito, de brincadeira, para o Polian em 12 de março de 2008.
Homenagem pelo 1º lugar no primeiro concurso literário de sua vida!
Concurso Literário “A Turma do Barulho” – categoria B (8-9 anos)
http://cantinhodascriancas.blogspot.com/
Assinar:
Postagens (Atom)