toda a vida
andei de trem,
porque via graça
no apito,
na fumaça,
no som do atrito das rodas
sobre os trilhos entre as britas,
no vai-e-vem lateral dos vagões
por sobre a linha vertical e férrea.
as tardes eram tão bonitas,
que me escondi, certa vez,
e pernoitei no trem
: parado.
sem apito,
sem fumaça,
sem o som do atrito das rodas
sobre os trilhos entre as britas,
sem o vai-e-vem lateral dos vagões
por sobre a linha vertical e férrea,
passei a noite em claro.
era só o frio do metal,
era só o calafrio no escuro.
vagão duro sem janelas,
pó de caixas, fuligem,
saliva amarga.
ainda quero andar de trem,
só que não mais em trem de carga.
Fotografia minha.
Um comentário:
Oi, Renata!
Versos lindíssimos!
Doces e tristes, em harmonia rara!
Beijos! =)
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