na roça da minha infância,
em toda noite de céu estrelado,
minha avó chegava à janela,
abria os braços
e pedia num sorriso:
vem me buscar,
Ser do espaço,
mesmo que seja
pr'um breve passeio!
eu assistia àquilo
com medo,
por acreditar na minha avó
e, consequentemente, em ets.
a nave nunca veio,
pelo menos não na minha frente.
hoje,
sempre que chego à janela
e vejo as estrelas,
em segredo
abro os braços
e peço num sorriso:
vozinha, me espera...
minha nave também vai chegar.
Escrito durante a oficina A arte de tecer com o fio da memória,
ministrada por Raquel Lara Rezende na programação do Sesc Literatura,
promovido pelo Sesc Juiz de Fora.
7 comentários:
Poetisa,
Sua avó, como todas as avós eu acredito, sabia das coisas. Que sejamos, no dia que nossa passagem estiver marcada, transportados para esse Elísio onde todas as avós, pais e demais queridos nos esperam, para passear pelo azul.
Beijo!
Declaração linda e emocionante para tua avó!
Beijo
me deu uma saudade tremenda da minha vó.
Poesia é isso: feita para emocionar, resgatar emoções.
Abraço!
Renata, você é uma descoberta deliciosa, seu Doce de Lira vai ser meu livro de cabeceira. Admiro muito a maneira como você brinca com o óbvio e o inusitado. Putz... um dia quero chegar lá! beijo grande!
Obrigada, queridos!
Pelo retorno, pelo carinho. =)
Olá Renata! Passando para te cumprimentar e me deliciar com mais uma das tuas belas criações.
Beijos e muita paz pra ti e para os teus.
Furtado.
ah... essa avó que tem uma neta tão doce e terna quanto ela devia ser...
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