quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Fada madrinha



Que no exato
instante da passagem,
sua abóbora 2009
se transforme em carruagem!


Escrito de brincadeira
para J. Rodolfo Lima,
que, durante o Amigo Secreto,
encomendou-me, anonimamente,
um doce de abóbora.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Patuá



que presente
eu daria
a você
tão distante
se não
poesia
trançada
a barbante
ou a fio
bem fino?

- colar de contas -


eu as contaria
uma a uma
até que
em linha
nenhuma
mais
fosse sozinha
e assim brilhasse
por ter companhias.

- colar de guias -


desembrulhado: sem papel, fita ou bordado.
caído do céu

- abençoado -



Para Mariana Botelho,
amiga poética secreta
a quem desejo um 2010 iluminado!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Memórias



Somos filhos de nossos pais,
netos de nossos avós.
Por tantas vezes,
são ainda eles
que falam por nós.


Poemeto inserido na monografia
de minha Pós-graduação em Direito Público
cujo tema foi o conflito
entre homossexualidade e liberdade de crença.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Refém



que pedaço
de mim
é mais rijo:
baço
osso
pescoço?

que vão
é esconderijo:
coração
hipófise
cerebelo?

que lugar
é regozijo:
calcanhar
cabelo
ouvido?

refém
ele me mantém,
desconhecido


sábado, 12 de dezembro de 2009

O princípio do fim



Se bem
me lembro,

dezembro
é neblina

que vem
e passa,

mas embaça
a retina;

é nuvem
baixa,

à faixa
dos olhos,

a pedir
uma prece,

pois que desce
com o céu:

Seu berço,
meu terço,
o véu.



Para Marcelo Novaes,
em um diálogo subliminar
com os poemas intrigantes que publica
em O lugar que importa.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Elixir



Que unidade de medida
teria a felicidade,
se não o quanto de vida
que se traz em si?


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Flamengo



Qualquer que seja o seu time,
admita:
não há torcida
mais convicta.

Tanto crê
que sempre vence.
De virada,
com suspense.

E sai às ruas
de bandeira à mão...
Parece torcida
de seleção.


Aos meus amores flamenguistas.
Fotografia minha.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Des[a]tino



A vida
quase
não me consulta.
Sempre
me traz
e me leva.
Pra ela,
não sou adulta.


quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Aurora

,

Mas o que há
de tão sedutor
em um vampiro?

O vislumbrar
de um amor
que seja eterno?

O olhar
de um calor
que vem do inferno?

Há mais virtude
na infinitude
de um suspiro...


Peguei carona no texto Crepúsculo dos casais,
publicado ontem por Fabrício Carpinejar.


domingo, 29 de novembro de 2009

Dia-agnóstico



só duas palavras
duas palavras somente
tornou-se descrente


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Carta em alto-falante



Ela já quase esqueceu
- mas eu não!
Você merecia
uma surra
antes do perdão.
Posou de bom moço
e era o vilão.
Enganou a todos:
a ela,
à família,
a mim.
Como pôde
ser tão ardiloso
assim?
Namorá-la
por mais de ano.
Cada fala
a lhe calar
a verdade.
Estava pra se casar
noutra cidade.
A data marcada
na igreja
e no papel.

Onde quer que esteja,
Rafael,
eu grito
pra que me escute!
Bendito foi o dia
em que ela
lhe deu um chute.
Pena que leve,
quase sem peso.
Merecia
uma surra
antes do desprezo...


Para um cafajeste
com nome de anjo.

sábado, 21 de novembro de 2009

Não era pra contar



Família tem segredo

---------------segredo tem história

-história tem enredo

----------------enredo, trajetória

trajetória tem começo

------------------começo tem rumo

------rumo tem tropeço

------------------tropeço, aprumo

-----------------------------resumo

segredo tem Família



Releia de trás pra frente,
palavra por palavra.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Ponto pro vigário



Que o escapulário
te guarde
primeiro de ti.
Do vício,
do ódio,
do ócio da tarde,
do peso de te julgares acima,
dos pesares por quem sorri.
Nem imaginas:
os temíveis males
se hospedam nos vales
da alma.
Que o escapulário
te guarde
primeiro de ti.
Depois dos perigos
não íntimos
e ínfimos
que há por aí.


segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Recado



sei que está aí
às escondidas
a indagar de si
o que restou
de nossas vidas?

- café requentado -

escrevo pra lhe pedir
que reformule
pra sugerir
onde colocou
aquele bule?

- café passado -


Para minha amiga Lakshmi.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Quando muito



Se Maria e Carlos da Maia não se descobrissem irmãos,
se a carta a Romeu lhe chegasse às mãos,
se Orfeu não mirasse Eurídice,
se eu cometesse menos tolices,
o amor seria possível?

Não. Até na arte se vê do amor apenas parte
- indício, mais real que fictício,
de que a plenitude é inconcebível.
O que se busca, amiúde,
é ignorar esta certeza implacável
e manter inabalável o sonho
de viver, quando muito,
um enfadonho romance de novelas
- a chorar, entre elas,
durante o intervalo maldito,
pela obra de Eça,
pela peça de Shakespeare,
pela pureza de um mito...


terça-feira, 10 de novembro de 2009

B.O.



Estou de poucas palavras:
tramela.
A-penas
algumas vogais
escapam das celas.
Abertas,
elas gritam ao mundo
o que me cala:
queria um coração
à prova de balas.


sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Comprimida



Sempre
que a noite
vem sem o sono,
ela venda
os olhos
com tarja
preta.
De si,
pra que legenda?
Se for
pra se ouvir,
que não compreenda.
O controle remoto
à gaveta.


Para Luciane Slomka,
em um diálogo com seu poema Tarja preta,
publicado hoje no espaço
Crer para ver.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Conversa a-fiada



Céus! Como estou farta
dessa sua prosa parca
que só me traz farpa...


segunda-feira, 2 de novembro de 2009

In memoriam



Lágrimas
a cada partida.
E choramos
não pela morte,
mas pela brevidade
da vida.
Os que vão
deixam rastros
que não passarão
àqueles a que deixarei
os meus.
A saudade
dura pouco
além do adeus...
Levarei comigo,
é bem possível,
eu sei,
os últimos vestígios
daqueles por quem chorei.


Crônica de 2006 que virou poema.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Contando estrelas



Todas as noites,
no aconchego dos seus braços,
eu conto estrelas
em um céu imaginário.

Quantas estrelas
cabem em seu abraço...
Chego a perdê-las
nos seus pelos
que embaraço.

Como podem
tantas estrelas
em tão diminuto espaço?

Em seus braços,
o céu que imagino
é sem compasso.
Não tem fim,
nem começo.

E quando as estrelas
enfim se apagam,
eu adormeço.


Classificado no Concurso Literário Internacional Mulheres Escritoras.
Integra a obra Mulheres em Prosa e Verso,
publicada pela editora Hoje Edições Ltda.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Sobras



Eu tenho ficado
com o cansaço,
o sumo
que sobrou no bagaço,
o resumo
riscado,
o trocado,
o farelo.
Por que
se mereço
tanto?
Quer sol quem dá amarelo.
Quer som quem oferece o canto.
Quer colo quem divide a cama.
Quer amor quem ama.


Classificado no Concurso Literário Internacional Mulheres Escritoras.
Integra a obra Mulheres em prosa e verso,
publicada pela editora Hoje Edições Ltda.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

M' água



Ele falou sem pensar. E a magoou.
Ela pensou sem querer. E se trancou.
A moça
tranca mágoas
no fundo de si.

Eles quis se desculpar. E a abraçou.
Ela desculpou. E não sorriu.
A moça magoada
nem mesmo abraçada
sorri.

Moça
tem coração-poço.
Moço
tem coração-poça.
O poço é profundo,
a poça é rasa.
A moça represa,
o moço vaza.
Ele seca,
ela alaga.


Escrito em 2008.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Flor da pele



Meu amor
por você
me fragiliza:
sou rosa
de pétalas
finas e lisas
que vertem
orvalho
ao simples
farfalho
das brisas...


Presente de aniversário.

domingo, 18 de outubro de 2009

Notas da confeiteira


Caros leitores,

Sobras e Contando estrelas,
poemas que publicarei em breve aqui na confeitaria,
foram classificados no Concurso Literário Internacional Mulheres Escritoras
e já integram a obra Mulheres Escritoras em prosa e verso.

Pelo ralo
foi classificado no Concurso Literário Brasil Poeta
e será publicado, ainda em 2009, na respectiva antologia.

Mero mortal,
poema que escrevi em homenagem aos médicos,
cuja data se comemora hoje,
foi utilizado pela Unimed de Juiz de Fora/MG
no hot site do evento promovido anteontem na cidade:
Festa dos Médicos.

Convido vocês a conhecerem ou relerem
Pelo ralo e Mero mortal.
Aguardarei os comentários!

Um abração a todos,
em especial àqueles que, com zelo, exercem a Medicina.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Vossa Excelência



O pronome
deveria ser seu!
É você quem,
desde cedo,
lida tão bem
com a folia e com o medo
de cada criança
na sala de aula.
E que não se cansa
de repetir,
ano após ano,
o mesmo ensino,
como se inédito.
É seu este notável mérito,
Vossa Excelência:
o de preparar meninos,
sem lhes furtar a inocência...


 
Homenagem aos professores.
Um beijo para tia Valéria!


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Segunda pele



Eu era menina
e o sol, mais ameno.
Ardia de piscina
e me curava no sereno.
Não havia protetor
ou o costume, pelo menos.
E o que então era indolor,
hoje noto ser veneno.

O homem tem tanto da cobra:
o chocalho, a presa, o bote.
Só não cobrou da natureza
trocar de pele como dote.


sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Cabana bacana



Como era bacana
brincar de cabana!
No meio da sala,
mais de três cobertores
a cobrirem cadeiras
dispostas em roda.
E a gente
lá embaixo
inventando moda...


Escrito há mais de 15 anos,
para minha irmã e primos.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Língua, colo de útero



Eu aposto
que não sabe
o que é aposto

e lamento
que tenha
esse desgosto,

pois a língua
é assento
e encosto.



domingo, 4 de outubro de 2009

Houaiss



à sua falta,
conversei com o dicionário

e que fato extraordinário:
ele só me fala
do que quero saber

falhou apenas
por um senão:
ao não me contar de você


quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Repúdio



Vangloriam-se
da façanha
de serem autoridades.

Ah, se neles
um pouco do Aranha:
com grandes poderes,
grandes responsabilidades.


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O espelho



No reflexo em que me vejo
- olhos nos olhos -
às vezes encontro virtude,
às vezes encontro pecado,
às vezes, bem amiúde,
sequer me encontro deste lado
à frente.
E, desta dúvida, em que procuro
- bem ou mal -
saber se existo,
ao final, o que restará somente?
Uma alma em Cristo
ainda dormente.


Escrito a partir da conjugação da leitura
de O auto-retrato e Espantos,
ambos de Mário Quintana.

Hoje, inclusive, o doce de lira está recomendado pelo wwwpesquisa,
que traz o meu e os dois poemas do Quintana acima citados.
Obrigada, Tereza Stancioli, por haver me indicado ao lado de um mestre!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Coragem!



Se o amor se acabou,
se de mim se cansou,
se assim se perdeu
o que
até então
se viveu...
Se a paixão se desfez,
se o destino apagou,
se a dor
se instalou
realmente
de vez...
Se as mãos se soltaram,
se os olhos se desencontraram,
se os passos seguiram
caminhos
distintos....
Se falta cumplicidade,
que se sobre coragem,
para ver que
esse fogo
já se foi extinto.



Poema escrito há mais de 15 anos,
classificado no 6º Concurso Álvaro Nuno Pereira.
Integra a obra Pérgula Literária VI,
publicada pela Editora Valença em 2004.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Morda-se!





Antes de me agredir
e de tanto
me bater na cara
esta porta,

por que não para
para refletir:
quanto de felicidade
você suporta?


Escrito a partir de:
“Ser feliz é uma responsabilidade muito grande.
Pouca gente tem coragem.”

Clarice Lispector, em Um sopro de vida.

domingo, 20 de setembro de 2009

Sapiência



_ Quantas primaveras?
_ Bem mais que anos, minha cara.
Flor não é tão rara...


Presente de aniversário.


quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Lição de casa





Ensinei-lhe não
a exclamação.
A entonação
ele já tinha!
Eu ensinei
foi o ponto,
o tracejo da linha.
Como se lhe dissesse:
_ Pronto, filho,
está apto
a redigir preces,
a rabiscar poemas,
a se deslumbrar em frases
quando queira.
E prosseguiu
a aula-brincadeira.
_ Para falar de saudade, mãe,
eu posso usá-lo então?
Foi quando lhe ensinei
os três pontinhos:
saudade são reticências no coração...


3ª Menção Especial – honraria destacada
no Prêmio Nova Poesia Brasil 2009.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sem alarme



o tempo passa e a idade avança
sem que a gente se aperceba da marcha
de repente não se é mais criança
inclusive mais cedo do que se acha

da queda da bicicleta à do beijo
da lágrima de manha à de charme
da repulsa ao sexo oposto ao desejo
o tempo segue em ruas sem alarme

quando se vê já se tem uma história
tão bela e rica, tão longa e antiga
que até de si quase a gente duvida

pois se tem como de ontem na memória
a lembrança da primeira cantiga
pela frente ainda toda uma vida


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Au revoir



eis uma lição
bem difícil: abrir mão
é um exercício


Com pesar,
eu me despeço
do Estúdio de Criação Poética,
do Mexe-mexe Poesia
e do blog O gato de Odete.

Impossível conciliar
tantas atividades
com o Doce de lira
- que completa, hoje,
exatos 5 meses
e já me exige
bastante dedicação!

Obrigada pelos convites
de antes
e pelas portas
que sei
ainda abertas...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Briga de amor



Não.
Nem mesmo um chamego
traz de volta o sossego
ao meu coração.
Doeu muito, sim.
Só eu sei que em mim
se perdeu um pouquinho da minha ilusão.
Carinho não apaga,
quando muito esconde a mágoa
onde a dor perde pra paixão.
Briga de amor é batalha
sem vencedor, nem medalha:
tristeza e rancor em vão.


Escrito há mais de 15 anos.

sábado, 5 de setembro de 2009

Elementar



De que é feito o poeta?

De matéria
etérea
ou concreta?

Do fato
que vivencia
ou da utopia
que projeta?

Ele é feito
de sopro
ou de barro?

Ele habita
o corpo
ou a alma?

O poeta levita
ou mergulha?

A escrita
lhe é fagulha
ou despiste?

O poeta acredita
que existe?


terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ama



Ele lhe beija a mão,
mas lhe priva
de beijar o pé
à justificativa
de que é
submissão

- como se o amor
não fosse,
por si,
servidão.


sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Golpe de vista



e por mais
que se esforce,
meu olhar
ainda nos trai

ao me pôr
em ti
a cada palavra
que sai

se te leio
é sempre ao meio
- da metade
até a mim

e como pode
haver verdade
nisso que é quase
um motim?


Para Talita Prates,
em um diálogo com seu poema Da nudez outra,
publicado em 21 de agosto no espaço
História da minha alma.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A[tre]vida



_ Quantos centímetros a mais?
Como se a vida
fosse uma régua.


_ Quantos quilômetros a mais?
Como se a vida
fosse de léguas.


_ Quantas dúvidas a mais?
Como se ela
não merecesse trégua.



Para Márcia Miranda.

domingo, 23 de agosto de 2009

Nota da Confeiteira


Hoje, por ser dia 23, estou no Poema Dia.

Profissão de fé é um poema
que publiquei em 19 de abril
aqui na Confeitaria,
assim que inaugurada.
Gostaria muito de que vocês
o conhecessem.

Aproveitem para apreciar
a arte de outros poetas.

Obrigada a todos os que me seguem!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Lascívia



ela passa
esmalte vermelho
e se acha!

como pode a cor
das unhas
lhe pintar o humor?

ela para
diante do espelho
e repara:

são os dedos
as testemunhas
dos segredos-
-bordô.



terça-feira, 18 de agosto de 2009

Elas e eles e elas



as mulheres
não vão ao cinema
- apenas -
pela musculatura
viril

os homens, sim,
abdicam da cultura
apenas
por um - bom -
quadril


Escrito a partir de uma reportagem de Isabela Boscov,
publicada na Veja desta semana:
edição 2126 - ano 42 - nº 33 - p. 139.

sábado, 15 de agosto de 2009

Ao Rei





Inicie, se apreciar a música.
Ela foi adaptada de uma melodia lírica do século XVIII
chamada Plaisir d'Amour,
do compositor italiano Giovanni Martini.
Sua tradução:

Homens sábios dizem que só os tolos se apaixonam
Mas eu não consigo evitar de me apaixonar por você
Eu deveria resistir?
Seria um pecado
Se eu não consigo evitar que me apaixone por você

Como um rio que corre pro mar
Querida isso segue
Tem coisas que têm destino certo
Tome minha mão, tome minha vida inteira também
Porque eu não consigo evitar que me apaixone por você

Como um rio que corre pro mar
Querida isso segue
Como coisas que têm destino certo
Tome minha mão, tome minha vida inteira também
Porque eu não consigo evitar que me apaixone por você
Porque eu não consigo evitar que me apaixone por você

Elvis Presley
08/01/1935 - 16/08/1977




é o amor real
que de tão especial
parece mentira


A quem me faz Rainha…


quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Cá entre nós



Não era triste.
Nem feliz.
Vivia
de uma alegria
inventada.
Sorria
feito atriz.
Disfarçava.
E convencia,
talvez porque
brava.
Quem ousaria
perguntar
a verdade?
Parecia contente.
E pronto.
E ainda havia
gente
que a invejava
por um conto
de felicidade.
O mundo
é tão mesquinho...
Não saberá
das estrelas
que há hoje
em seu céu
marinho.



terça-feira, 11 de agosto de 2009

Papel glacê



Poesia
não tem receita,
mas pra ser
bem feita
precisa ser sua.
Não se cata
verso
na rua!
Ele vem
da própria nata
vinda
do leite
ainda no fogo.
Poeta ferve palavras.
E nelas
polvilho
canela,
açúcar mascavo,
favo de mel.
Daí o brilho
deste papel.


4 meses de blog!
Obrigada a todos que se declararam adocicados aqui...


sábado, 8 de agosto de 2009

Autodidata



O meu pai
já teceu tapete,
redes de peixe,
fios de corda.

O meu pai
já pintou telas,
biscuit e janelas,
paredes e portas.

O meu pai,
com um simples motor,
moldou os mais lindos
times de botão.

O meu pai,
sem saber que fez isso,
ensinou ser possível,
sem sacrifício,
aprender por si
qualquer lição.


Escrito há mais de 15 anos.
Presente de dia dos pais!


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Felicidade



da noite pro dia
a orquídea floresceu
não só ela: eu



Haikaindo de amor.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Agosto



e sentiu um prazer estranho
sem razão
forma
ou tamanho

uma sensação repentina
enquanto caminhava
da porta
à janela sem cortina
de onde avistava
uma capela
entre telhados aquecidos

como se tudo
enfim estivesse posto
no lugar devido
e a gosto


Vista do Morro do Imperador - Juiz de Fora/MG

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Pacto



Guarda teu passado
a quatro chaves.
Destranca o cadeado
apenas do que nos agrade.
Mantém sob grades
os atos que não dizem de ti.
Responda-me
se e só
quando muito insistir.
Assim o farei também.
O amor
se contorce de dor
quando sabe além.