terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sombrio


eu sempre espero

e porque sempre espero
já esqueci o porquê da espera

as coisas são assim: perdem-se
quando não encontradas

entre o sonho e a quimera
há só duas polegadas

se o que espero vier um dia
será tarde muito tarde

onde pus a lamparina
que tanto ardia e não mais arde?


segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Rarefeito


é que

a brisa vem de fora
e o sopro sai de dentro

a brisa se demora
e o sopro é um momento

ela tão despretensiosa
e ele com tanto intento

ela toda misteriosa
e ele parte do centro

brisa frescor da alma
sopro calor do corpo

o sopro a conter a brisa
e a brisa feita de sopro



Escrito após a peça teatral Estranho farol dos cacos,
de Felipe Moratori.