terça-feira, 20 de outubro de 2015

Poema da eternidade


e quando eu pensei haver acabado,
você me provou que eu tinha errado,
que o fim só existe se inventado,
que nenhuma distância é definitiva

e que não se vive de expectativa,
que o voo exige os pés plantados,
que os minutos não passam atropelados,
que o próprio sonho se impõe medidas

e que o encontro se segue às despedidas,
que todas as voltas também são idas,
que o mistério se esconde às claras,
que daquilo que parte ficam aparas

e que nada que se sente tem sentido,
que o medo é soluço contido,
que o choro é poesia vazada,
que a loucura é razão disfarçada

e que o amor é sempre madrugada,
que os beijos são estrelas cadentes,
que nos olhos acontecem poentes,
que os eclipses vêm dos abraços

e que as letras surgem dos traços,
que o fruto está na semente,
que o futuro aguarda o presente,
que tudo é quietude somente



Após uma noite especial,
na companhia de Thiago Miranda, Sarah Vieira e Gustavo Wood.

4 comentários:

Ana Paula disse...

E num dia especial, o dia do poeta!
Maravilhoso! Beijo.

Maria Rodrigues disse...

O ciclo da vida com todas as suas dualidades, encantos e desencantos.
Belíssimo poema
Um abraço
Maria

Fabrício César Franco disse...

Poetisa,

Bom que dá uma sensação de retorno, de ciclo revivido, melhorado.

Um beijo!

Renata de Aragão Lopes disse...

Obrigada pela presença e pelo carinho!