segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A provisoriedade do luto


corpo algum ressuscita.
os mortos permanecerão mortos
independentemente de homenagens e visitas.
mas as cinzas falam.
e denunciam o que ninguém quer ouvir.
há mais festas e fogos,
carnavais e jogos
que labor por aqui.
a autoridade viaja,
a vigilância adormece,
o proprietário enriquece:
a fatalidade data de alguns anos.
indolente,
o governo apaga incêndios
e paga perdas e danos.



10 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Triste.

Ana Paula disse...

Tua voz, teu poema duro e triste e real é preciso.

Unknown disse...

Renatinha minha prima, perfeitooo!!! Bjosss

Érica

Unknown disse...

Perfeito Rê. Bjosss

Ana Carolina disse...

A pura e dura realidade. :(

Dilmar Gomes disse...

Renata, grandes verdades, que explicam nossa dor aqui no sul.
Um abração.

Laurita Danjo disse...

Absurdo, puro absurdo.
Dói só de saber, imaginem os pais que perderam seus filhos.

Mauro Lúcio de Paula disse...

Renata,
Essa poesia sobre a tragédia de Santa Maria é muita expressiva, sem ser piegas. Que mundo, hem amiga?
abrs

Pedro Rabello disse...

E, se não há ordem, como podemos querer progresso?

Juliana Lira disse...

Muito bem pensado e melhor ainda escrito!

Milhões de beijos