(talvez você não entenda,
eu mesma demorei
a compreender o fato)
desde o exato momento
em que me soube mãe,
tudo cresceu em mim:
o amor, o sabor, o olfato
meu filho ainda tão pequeno
e grande o bastante
pra me fazer gestante:
essa condição tão estranha
de criar na própria entranha
uma vida que não a minha
e maior que a minha
e maior que o mundo
(sim, é possível
que você não entenda
e não há problema,
isso não muda nada)
a cada vez
que me digo mãe,
tudo se clareia em mim:
o amor, a dor, a estrada
meu filho ainda tão pequeno
e grande o suficiente
pra me pôr consciente:
essa condição tão estranha
de ver além da montanha
um caminho que não o de agora
e maior que o de agora
e maior que o mundo
(não, ninguém entenderá,
é possível que julguem um desatino)
o menino
que habita meu ventre
é uma estrela
(sim, es-tre-la)
com trajetória celeste
desconhecida,
luz própria, calor,
grandeza
pequenina centelha
sem nome
que me veio trazer
a certeza:
também sou estrela,
somos todos estrelas
maiores que nós,
maiores que o mundo
Escrito para a querida amiga Débora Coghi.
5 comentários:
Para mim, o que existe de mais lindo numa mulher, é o amor incondicional que ela começa a sentir ainda pelo feto, quando sabe que está grávida. A partir daquele momento ela passa a viver somente em função do filho que ainda vai nascer, mas já existe em seu ventre. Depois que nasce, em alguns casos, o amor é tanto que causa até ciumes ao marido. Rsrs. Belo post Renata! ótima escolha.
Beijos e um ótimo dia das Mães para ti e para os teus.
Furtado.
Um emocionante e verdadeiro poema de amor incondicional.
Beijinhos, Renata
- que lindo, Renata. A sensibilidade de um anjo.
grande abraço.
Coisa mais linda, Renata!!
Poetisa,
O melhor verso foi escrito em carne e osso. Parabéns, pelo quotidiano de poetisa-mãe.
Um beijo!
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