porque atingir uma meta
é quase sempre enfadonho,
daquilo que se alcança
se perde o sonho,
eu fiz da minha
o próprio caminho
: essa linha
em desalinho
que se pretende reta
e com a única meta
sabidamente infinda,
tanto que hei
de caminhar ainda,
eu saboreio
as incertezas do vento
: não é
do titubeio
dos passos
que se faz dança
o movimento?
a vida
é balé sem plié,
via sem acostamento
quem se
deslumbra
à luz do dia
(como se sua)
não se guia
(a contento)
à penumbra
das noites
sem lua
que perdição é maior que a ilusão de uma conquista?
11 comentários:
Eita, Poetisa, mas que coisa mais linda de se ler. Suas questões dentro do poema me fazem sair da leitura para me buscar respostas, e, movimento contínuo, fazem-me voltar - como em ciranda - ao início do poema, acrescentando novas compreensões a cada leitura. Gosto muito!
Com meu abraço, meus agradecimentos por dividir conosco textos tão bons.
até vir a próxima, a conquista é enfado
beijo
Quantas bobagens por aí: sucesso, conquistas, objetivos, superação, meritocracia, bla, bla, bla, enfim, metas e mais metas. Quem se perde na secura destas bobagens deixa de saborear o doce (de lira?) das incertezas. Suas palavras são saborosas.
oi Renata,
(quero me perder em alguns momentos, com a breve ilusão de algumas conquistas)e depois me des-iludir por ai, com meus sonhos vida a fora (e depois novas ilusões...). Adorei o poema.
bjo grande.
adoro seus versos Renata...
Lindos !!!!
:)
é legal perceber em outras palavras e de outras pessoas o sentimos ou pensamos...Vitória enfadonha...
:)
"Não se chega à meta a não ser para partir novamente" ;)
Nunca o amor pode ser entendido à luz da posse...
Via sem acostamento!
Na vida vamos do "belo" ao "tédio"; do "fácil" ao "zique-zague do tormento"... Assim ela é, penso.
Lindos seus poemas Renata,nos fazem refletir sobre varias coisas dentro de nós.Abençoada esta sua sensibilidade e emoção que consegue nos falar tão a fundo.
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