quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Desapego


esqueça os olhos pra me olhar.
as pupilas, de tão meninas,
sequer avistam aonde deve chegar.

esqueça a língua pra me beijar.
as papilas, à superfície,
jamais alcançam o que pode provar.

esqueça o papel pra me falar.
os papiros e hieróglifos
ocultam o que anseiam revelar.

esqueça-se de si pra me amar.
as pepitas, leves e raras,
não sabem que valem para brilhar.

2 comentários:

Fabrício César Franco disse...

Renata, poetisa:

Gostei bastante do jogo de palavras. Aliás, como de sempre.

Que haja mais deles.

Um abraço!

Darlan Lula disse...

Belíssimo poema! O segundo verso de cada estrofe se encaixa perfeitamente ao todo do poema. Parabéns!