dezembro insiste
na retrospectiva
querem-me feliz ou triste,
enquanto me sinto apenas viva
esta é a única celebração:
estar aqui, agora,
intimamente consciente
do flagrante mistério
sob nossos olhos
dispenso culpas,
desculpas e lágrimas
recuso promessas,
juramentos e pactos
querendo, abrace-me
para abraçar-se
esta é a revelação do abraço:
a experiência
do não espaço,
do não tempo,
da unidade
de resto,
tudo que veio e vier
é inventado
a verdade é
que não existem
futuro e passado
são apenas sonhos e fardos
que parecem ditar
quem somos
escute
[somos silêncio]
5 comentários:
Uma voz poética plena de maturidade. Destaco estes versos belíssimos:
"estar aqui, agora,
intimamente consciente
do flagrante mistério
sob nossos olhos"
Um bj.
Lídia
Poetisa,
... É de se acabrunhar ao terminar de ler seu poema. Verdades ditas assim, poeticamente, fazem-se mais fundo do que percebemos, meramente.
Como disse Lídia, acima: versos de maturidade poética.
Beijo.
Lídia e Fabrício,
vocês são muito generosos.
Obrigada pela leitura e pelo carinho!
Belo poema. Fica bonito, quando temos conteúdo, uma mensagem a passar.
lindo.
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