segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Abismo in cômodo



Solidão
tem andares.
E quem aguenta
se acomodar
na cobertura?
É lá
que mais
se distancia
dos lugares.
É onde
cumprimenta
a melancolia
à loucura.


Para Marcos Marinho,
ator solista da peça teatral Meu dia perfeito,
escrita e dirigida por Ricardo Martins.

35 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Assisti à estreia e me encantei!

Crista disse...

Menina...tu me encantas!!!!

nydia bonetti disse...

Ah... Renata. Qualquer andar da solidão incomoda. E a solidão do térreo é sufocante...

boa semana, beijo.

Tiago Moralles disse...

A solidão no último andar sempre deixa os corpos mais perto do térreo.

Marjorie Bier disse...

- O chão é que nos mata.

- Ah... você quer dizer as quedas?!

- Eu sei bem o que quero dizer. O que nos mata éo chão!

Beijo, Re!!!!

Anônimo disse...

perfeito!

BAR DO BARDO disse...

Torre de marfim!

Fernanda disse...

acho que a solidão fica tão alto,para que ela nunca atinja a nós=)

Marcelo Novaes disse...

Renata,




Muito bem dito!


[Tem subsolos também].



Chamo de "o primeiro círculo da loucura": a firme convicão da impossibilidade de dizer-se. Solidão ontológica e cósmica.

Talvez seja a tal "cobertura" do teu proposto edifício. Ou o mais fundo dos porões.







Beijos, amiga.








Marcelo.

Felipe Guisser disse...

Adorei, Renata! Obrigado!

Fabio Rocha disse...

Belo poema. Me lembrou Nietzsche e suas montanhas altas, pensamentos altos... Porém, solidão enorme. Beijos

Patrícia Lara disse...

Oi, Renata!

Obrigada pela visita em meu blog. Passei para ler-te também e que maravilha foi poder sentir este teu poema. Coicidentemente, hoje eu estou me sentindo no último andar da solidão. Teu poema veio bem a calhar. Beijos e parabéns pela inspiração!

Patrícia Lara

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

o ponto exato.
lindolindo!

beijo

Unknown disse...

As vezes tento subir até o andar mais alto da minha solidão, mas logo desisto.

Abraços

Unknown disse...

Nós nunca nos realizamos. Somos dois abismos - um poço fitando o céu .

Fernando Pessoa.

Beijos.

Juliana Lira disse...

Eu não aguento...Canto aquela canção da Vania Abreu:"Se a solidão vinher me procurar, digo que não estou, por não resistir"

Mas as vezes ela é necessária...


Milhões de beijos

Talita Prates disse...

é que
"... ninguém sou eu, e ninguém é você.
Esta é a solidão". (Clarice)

lindo, amiga!
tuas reflexões me fazem um bem danado.

bjo.
e paz.

Talita.

Hercília Fernandes disse...

Belo, Renata.

A solidão possui andares que aprazem aos voos poéticos, a verticalização.

Beijos :)
H.F.

Anônimo disse...

Quanto mais altos os egos, mais intocáveis.

renata carneiro disse...

é que cada um é único, em um único. isso é, também, a solidão.

lindo!

fiquei honrada com sua passagem no meu canto. volte mais vezes!

um beijo.

Indelével disse...

mas loucura tbm pode ser o dar mãos, ainda bem que não é sempre, acho...

Lindo poema

e muito obrigada pela visita no meu blog. adorei te ver por lá.

Beijos

Gerana Damulakis disse...

Muito bom, Renata. Muito bom mesmo.

Graça Carpes disse...

Pois, que altitude!!
:)

Moni Saraiva disse...

" É onde cumprimenta
a melancolia
à loucura"

Estão tão próximas... E contraditoriamente, bem perto do céu, aquele mesmo, onde a gente pode voar...

Acho que o desejo mais humano e que o tempo de estadia lá em cima seja apenas o da chegada do elevador.

Lindo, Rê!

Beijos pra você!

A.S. disse...

Renata...

As mais belas flores, nascem junto dos abismos!


Um beijo
AL

Adriana Godoy disse...

Um encanto de poema. Adorei. beijo.

Paulo disse...

acho que ninguem quer se acomodar nessa cobertura , mas todos , num determinado momento da vida , irao visita-la , e dar uma olhada na vista .abraços

Mário Liz disse...

a loucura e malancolia de mãos dadas ...

pensei até em vislumbrar ambas coa's mãos entrelaçadas ... mas seria demasiado leve ...

tenho certeza de umas coisas: as mãos são ásperas.

e as da melancolia são ainda mais: são como coras-de-cristo.

a única coisa que tenho certeza é de suas mãos são leves. mãos de poetisa ... ardor áspero que vem, mas que passa.

lindo demais. impossível não ser tocado.

[ rod ] ® disse...

É o grau máximo onde o atirar-se à baixo aumenta o grau de loucura! Quanto mais se executa mais vivo poeticamente fica. bjs moça!

J.F. de Souza disse...

Engraçado... Dia desses, escrevi algo com idéia parecida, só pra dormir tranquilo. (E quem disse que eu dormi?)

=*

Estefani disse...

Me torno visitante deste prédio, percorro alguns andares, uma vez ou outra, até me faz bem.
Mas sem intenções de fazê-lo minha morada.

Criativa como sempre você. :)

Beijo

Anônimo disse...

Pura inspiração!

Adorei!

Renata de Aragão Lopes disse...

Muito obrigada a todos
pela visita e comentário!

Em especial,
ao Marcos Marinho,
que me agradeceu pelo poema
em um lindíssimo e-mail!

Beijos!

guru martins disse...

...ultrapassa
o limiar da forma
rompe a bolha da
existência
entra em latência
supra consciência
do nada de onde
tudo sai...

bj

Anônimo disse...

Encantado. Antes que eu pule, alguém me ajuda a descer da cobertura? rs
Lindo poema!
Jefferson.