Mataram alguém na esquina.
Das pessoas que passavam
fez-se uma multidão.
A vizinhança não,
mal olhou pela cortina.
Permaneceu em casa
diante do noticiário da tevê.
A multidão logo esvaiu-se,
que tinha mais o que fazer:
não havia sangue algum ao chão.
Onde é que já se viu morto que não sangra?
As tevês se desligaram
ao meio da novela.
Todos à luz da vela.
Escrito durante as oficinas do projeto Ave, Palavra,
promovido pela livraria A Terceira Margem.
8 comentários:
Muito real. Gostei demais, demais.
Bonito, Renata. Não tenho deixado comentário, masa acompanho sua produção sempre. Beijo
Muito bom, Renata! Teu blog merece muitas visitas.Abraço
Renata, minha querida amiga "carioca do brejo".
Gosto, me sinto bem lendo você e não me envergonho mde dizer que não tenho capacidade de comentar seus escritos. Só posso dizer que são surpreendentemente lindos.
Bjs
Manoel
A morte espera mesmo
sentada no sofá
promovendo a sua obra
enquanto a doença
arde pelas telas
de uma TV.
inteligente...
Bonito mesmo esse poema, Renata! Curti demais!
Incrível como o ser humanos tem a capacidade de ignorar o que acontece a sua volta, na realidade. Prefere ficar na sua, vivendo na ficção. =/
Encanto agoniante!
Flores.
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