segunda-feira, 6 de julho de 2009

Fim da festa



Há uma solidão tão minha
que até de mim se disfarça
quando estou sozinha.
E não passa
onde quer que eu esteja,
porque sempre me segue
sem que eu sequer a veja.
Ela está aqui,
escondida,
mas quase despercebida
num beijo de amor.
É quando quase alcanço o céu...
... e de lá me assombro!
Quanto mais fantasio,
maior o vazio,
pior o tombo;
pois não há amor
sem alguma expectativa,
nem há expectativa
sem alguma dor.
Ilusão...
Desilusão...
É sempre o que resta.
A solidão é o fim da festa.
Quando muito,
há paetês no chão.
Ao menos sei
que é assim
e guardo pra mim
essa lucidez nas mãos.


Um dos quinze poemas selecionados no IV Prêmio Literário Livraria Asabeça
– Poesias, Contos e Crônicas, realizado em 2005, pela Scortecci Editora.
Integra a respectiva antologia.
Publicado no Poema Dia e debatido no Estúdio de Criação Poética,
respectivamente, em fevereiro e junho de 2009.

30 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Muitos já conhecem o "Fim da Festa".
Quis também registrá-lo no doce de lira.

Ariane Rodrigues disse...

Eu não o conhecia e achei lindo! Abraço!

♥ Fernanda disse...

Eu não conhecia,gostei muito!
bj

Marcelo Novaes disse...

Renata,


Fez bem em deixar registrado, porque eu não conhecia. Os paetês e a lucidez se equilibraram.



:)




Beijos,






Marcelo.

Anônimo disse...

é então fim de festa!!!!!!!!!!!!!!!!

marcelo disse...

Achei triste a solidão no fim da festa! Coisa minha de romântico que gosta de finais, se não felizes, menos trágicos... Mas amei o poema no todo.

Ju Blasina disse...

Eu já o conhecia, mas nem por isso teve menos sabor - ainda mais assim: temperado com a "doce" imagem.
Ficou muito belo!
Beijus

Mariana Dore disse...

merecido o premio!

;D

Anônimo disse...

re, é lindo tá.como todos os poemas que você faz.



beijão
malvinasallygi

Castro disse...

Nossa, primeira vez que passo poraqui e encontro esse poema belissimo.

Parabens, muito lindo seu blog.
Imagem muito boa o/


Beijos

Talita Prates disse...


é engraçado: peguei-me agora pensando nisso: sempre que acesso teu "canto", vejo-me concentrando, encostando direito na cadeira, sentando acomodada, desligando a música que tá tocando (pois todos os sentidos se fazem necessários!) e - na maioria das vezes - suspirando ao término da leitura.
Obrigada por esse singelo prazer!
Poema lindíssimo. Mais uma vez, me identifiquei. rs
Bjo!
Ótima semana.

Moni Saraiva disse...

Lindo, verdadeiro, tão perto de mim, companheiro...
E é bem nesse momento que confesso não querer lucidez alguma...
'Solidão é fera, solidão devora(...)'

Adorei, Rê!

Beijos...

Renata de Aragão Lopes disse...

Ariane Rodrigues, Fernanda, Marcelo Novaes e Mateus, que bom que gostaram!

Marcelo, o poema é realmente triste. Mas quem, na vida, escapa de uma desilusão?

Ju, obrigada pela releitura e pelo comentário! A imagem, de fato, coloriu o poema...

Mariana, obrigada por acompanhar o blog! Prêmio é uma delícia!

Malvina, estou para a poesia como você para os cabelos: é puro prazer!

Ariane, seja bem-vinda! Espero que retorne ao doce de lira!

Talita, fiquei envaidecida com a sua declaração! É muito bom saber que minha poesia a alcança - pois sou, igualmente, leitora assídua da história da sua alma! : )

Moni, um mínimo de lucidez se faz necessária... Que bom que adorou!

Um abraço ENORME a todos vocês!

nina rizzi disse...

renata :)

parece que todos estamos solitários, hm? e a mim faz muito bem esta solidão. onde me encontro com as paredes, árvores, as metades de mim.

faz bem até a próxima queda. dói.

beijo, querida :)

Diogo disse...

Belo!

Daniel Gralewski disse...

Lucidez atrapalha
Solidão atrapalha
Ainda bem que há a poesia
Que tudo chacoalha

Obrigado por passar no meu 'cantinho'...adorei seus poemas

Sabrina Davanzo disse...

Lindo como sempre, Renata!
Quem bom que existiram os paetês.. acho que eles significam que em algum momento houve festa, felicidade.

Beijos e bom fim de semana! :)

Aline Sorrentino disse...

Que lindo! Há tanta beleza até nas palavras "tristes".

rogerio santos disse...

Esse poema tem uma alma feminina intensa... fala de solidão... mas é oásis de inspiração...

Beijos !

Renata de Aragão Lopes disse...

Nina, Sabrina e Chiquita, que bom retornarem sempre! Suas palavras têm, pra mim, um grande valor!

Diogo e Daniel, sejam bem-vindos!

Rogério, colega de Poema Dia, fiquei muito feliz pela sua visita ao meu blog particular! Espero que retorne! E concordo: "Fim da festa" é inteiramente feminino. Parece-me que toda mulher, ainda que acompanhada, sente-se "perseguida" pela sombra da solidão...

Beijo pra vocês!

Anônimo disse...

Renata,
foi um prazer recebe-la na minha casa (Blog). Volte sempre porque é bem vinda!

Visite também o meu Blog http://felixahel.blogspot.com porque irá encontrar tudo o que eu escrevo :)

Beijinho para si

Lira Santos disse...

Adorei seu poema e encaixa direitinho comigo;
Obrigada pela visita,
passa por meu blog e pega um miminho pra vc,o da orquidea rosa,
vai ficar legal ai...
beijo e uma boa semana,cheia deluz para vc.....

Liza Santana disse...

Muito lindinho esse poema.

Ultimamente tenho escrito coisas parecidas com o "fim de festa"...coisas minhas.

Obrigada por passar no meu blog flor.
Sou mais uma adolescente tentando escrever poemas..rs
Passa lá de vez em quando pra ler alguns.

bjo!

Nádia Lopes disse...

Renata
eu que não conhecia nada...me encantei e saio tocada pelo Noturno, pelo fim da festa e por essa lucidez que resta e que eu boba ou sabiamente busco sempre esquecer!
beijo-parabens-lindo aqui!
Nádia

Renata de Aragão Lopes disse...

Ellen e Lira, bem-vindas ao doce de lira!

Liza, certamente passearei pelo seu espaço.

Nádia, que bom que saiu "tocada"...

Obrigada a todas e um grande abraço!

J.R. Lima disse...

Lindo isto.

Retrato da solidão de apenas existir, solidão de ser humano, quase sólida, esta solidão.

Vim retribuir uma visiat e descobri um lugar fantástico! que surpresa linda!

Héber Sales disse...

Olá Renata, que bom receber sua visita no meu blog. Interessante esse poema. Me lembrou um que escrevi:

FIM DE FESTA

cada macaco
com seu falo

Abraços.

Rafael Castellar das Neves disse...

Oi Renata!!

Vim conferir...muito bom mesmo...mesma linha do meu...estamos "alinhados" ou sofremos os mesmos "males"??..rsrs..

Beijo..

Eu disse...

Não conhecia o SEU fim de festa, mas o meu não é tão diferente assim...bom pra mim.
Vylna Cassoni

Renata de Aragão Lopes disse...

Delícia saber que "Fim da festa" ainda é lido quase um ano após de sua publicação aqui na confeitaria!

Obrigada! : )