quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Refém



que pedaço
de mim
é mais rijo:
baço
osso
pescoço?

que vão
é esconderijo:
coração
hipófise
cerebelo?

que lugar
é regozijo:
calcanhar
cabelo
ouvido?

refém
ele me mantém,
desconhecido


40 comentários:

Lara Amaral disse...

Vc sempre nos surpreendendo... Seu poema onírico fez-me imaginativa nesta madrugada.

Uma raridade seu escrito =).

Beijos e bons sonhos!

marcia szajnbok disse...

quem ousa dizer que não é um tanto refém do próprio corpo??

muito legal, renata... só vc mesmo pra conseguir ver poesia na hipófise, no baço, no cerebelo...

beijo!

guru martins disse...

...esse aí
confunde
berimbau
com gaita...

bj

Luciane Slomka disse...

Nosso corpo e seus mistérios. Seus cantos onde escondemos pedaços de quem somos...
Muito bom, Re!
Beijos

Tiago Moralles disse...

Não sei de onde falas.
Que pedaço de ti escreve?
Por onde sai a inspiração de teu corpo.
Que pedaço de mim te lê?
Coração?
Boca?
Sentimento?

Adriana Godoy disse...

Renata, interessante essa questão...somos reféns do próprio corpo mesmo. Isso visto de uma maneira poética torna-se mais doce. Beijo.

Marcelo Novaes disse...

Renata,



Eu tenho cá os meus palpites. Mas confio ainda mais na sua capacidade humano-poética de fazer um "rastreamento" pra ninguém botar defeito. Desses que deixam embasbacados (e a ver navios) qualquer interno/externo carcereiro.






Beijos, amiga.








Marcelo.

Daiana Costa disse...

Belo escrito. Pois sim, somos reféns sempre, de algo. E aquele que o afirma, muito corajosos é.

Sou refém do tempo. Este sim, me põe em dúvidas. Este desconheço.

Um beijo :*

Concha disse...

Eu sou refém de mim mesma.
Mas, o regozijo do calcanhar só me lembrou o de Aquiles.Ahaha!!!!!!!
Fica bem.

Renata de Aragão Lopes disse...

Querida Lara, que bom encontrá-la na estreia dos comentários! : )

Márcia Szajnbok, tenho certeza de que você, com muito mais propriedade, veria "poesia na hipófise, no baço, no cerebelo"! (risos)

E essa tal confusão, Guru Martins, é, afinal, boa ou ruim? : )

Lu Slomka, o nosso corpo é, realmente, um mistério...

Tiago Moralles, muito obrigada pelos versos em acréscimo! : )

Sim, Dri Godoy: "somos reféns do próprio corpo mesmo". Difícil realidade...

Marcelo Novaes, suas palavras sempre me vêm com certa autoridade - decerto, pela sua vasta experiência com o cárcere. : )

Daiana Costa, também somos reféns do tempo! Fica-nos, assim, a dúvida: que mínima liberdade possuiríamos?

Concha bem humorada! : )

Um abraço a todos vocês!

Anônimo disse...

(cada um deixa as pistas que pode)

rsrsrsrs...

beijo, Re

Flávio Morgado disse...

Imagino o quão difícil é escrever um poema assim, mantendo as idéias e condensando nessa métrica curta e direta!
Meus parabéns, belo poema!
Faço-me um seguidor!
www.cadernodacapaverde.blogspot.com
(aguardo também uma visita para que conheça meu trabalho)
F.M.

Renata de Aragão Lopes disse...

Marjorie, cada um deixa as pistas que escapolem... (risos)

Flávio Morgado, seja muitíssimo bem-vindo ao doce de lira! Espero que passeie pela confeitaria: encontrará poemas de métricas e temáticas bem distintas. Esteja certo de que retribuirei sua visita! : )

Beijos.

L. Rafael Nolli disse...

olá, Renata. Um poema gostoso de se ler, reflexivo, bem arranjado em estrutura. Destaco também o poema para o Flamengo, sincero e preciso. Abraços.

NiNah disse...

Ai, moça, que fofo aqui.
Gostei muito.
Obrigada pelo comentário no meu blog.
Beijas

Vivian disse...

...fiquei refém deste teu
espaço, e adorei!

beijos e obrigada pela
visita lá em meu canto.

Moni Saraiva disse...

Eu estava tentando responder. Mas a cada possibilidade, uma outra surgia e "desdizia"...

E algo de fora, algo que extrapola, aconselhou que era melhor manter desconhecido...

Lindas perguntas e tormentos, Rê... Coisa de quem quer se saber, se conhecer... Será que um dia a gente consegue???

Beijos...

Ana Cristina Cattete Quevedo disse...

Mas veja só quanta dúvida
Essa menina hoje tem
Não sei se é verdade
Ou se só contém
Uma grama de doçura
Pra manter a unidade
De quem a mantem refém.

Que o desconhecido mereça
Essa moça que ele tem
Esteja ela rija
Escondida ou mais além:
Que ela se regogize
Por todos os puros poros
Que a vida nela mantém.

Beijo!
(desculpe os versos de pé quebrado, mas não resisti hehehe)

=)

Renata de Aragão Lopes disse...

Nolli, que prazer vê-lo meu seguidor! Admiro muito a sua produção literária!

NiNah e Vivian, sejam bem-vindas ao doce de lira! Aguardarei o retorno de ambas! : )

Querida Moni, acho que algo sempre nos restará desconhecido. Daí a sua dificuldade em me "responder"...

Ana Cristina Cattete Quevedo, obrigada pela visita e pelos versos! : )

Um abraço a todos!

Denise disse...

Que pedaço é poesia e sensibilidade...
Ouço responder
VOCÊ toda

sempre linda
carinho
De

Anônimo disse...

Refém das suas próprias questões. Nós somos assim, um labirinto de dúvidas muitas vezes sem resposta.

Nydia Bonetti disse...

Corpo, alma, mente... Quem é refém de quem? Holística dúvida...
Certeiro, Renata. Beijo.

Gerana Damulakis disse...

Suas idéias são sempre muito interessantes. Talento faz isto: transforma tudo em poesia.

Renata de Aragão Lopes disse...

Denise, grata pela gentileza de suas palavras!

Felipe Carriço, concordo com você: somos um labirinto...

"Holística dúvida". Gostei, Nydia!

Marcos Satoru, de quem este menino terá sido refém?

Gerana Damulakis, muito obrigada pelo elogio! : )

Beijos.

Graça Pires disse...

Reféns do corpo todo...
Gosto do teu modo de escrever.
Um beijo.

IsaBelMontes disse...

Que delícia de conjugação poética!
Feliz Natal!
Isabel Montes

Lai Paiva disse...

Renata, querida, não sei a respostas destas tuas perguntas, mas sei que vc inteira é pura poesia. Parabéns. Muito bom!!!

Talita Prates disse...

Gostei muito, Re!
Também gostei muito do complemento do Tiago Moralles.

Mas,

corpo:
prisão
ou santuário?

Bjo, querida!

ALUISIO CAVALCANTE JR disse...

Olá.

Passei para desejar-te um feliz natal.
Que o Natal reafirme em ti a certeza:
Não somos parte do amor,
somos o próprio amor.
Que possamos envolver nossas famílias, amigos e humanidade com a força deste sentimento.

Estrelas de paz brilhem em ti.

Yara Souza disse...

Teu melhor pedaço
(o poético)
nos faz refém.


Volto, pois.

Ianê Mello disse...

Refém de suas palavras me torno e de sua poesia.

Parabéns!

Beijos.

Janaina Amado disse...

Olá, Renata, de volta ao Brasil,vim retribuir sua visita gentil ao meu blog, conhecer o seu e lhe desejar um ótimo Natal. Gostei deste poema: surpreendente!

Renata de Aragão Lopes disse...

Graça Pires, que bom que aprecia meu modo de escrever! : )

Marcos Satoru, prefiro nem comentar...

Isabel Montes, obrigada pela visita e pelo comentário!

Querida Lai, muito grata por sua admiração! : )

Talita, minha amiga, como você é incisiva! Parece algo inconciliável, mas, a meu ver, corpo é prisão e santuário...

Sim, Aluisio Cavalcante Jr: "somos o próprio amor"!

Yara Beatrice e Ianê Mello, muito obrigada pela declaração de que se tornaram "reféns" de minha poesia! É delicioso receber este retorno! : )

Janaína Amado, seja bem-vinda ao Brasil e ao doce de lira! Espero revê-la por aqui!

Beijos a todos!

Tiago Medina disse...

é que se revelar estraga!

luís filipe pereira disse...

Belíssimos versos nominais, epigramáticos com a leveza do advir da figura exultante do corpo.
Parabéns.

votos de excelente Natal

luís filipe pereira

NDORETTO disse...

Gracinha de poema!!!!

Renata de Aragão Lopes disse...

Tiago Medina, o encanto estaria no mistério? : )

Luís Filipe Pereira, seja bem-vindo ao doce de lira! Espero revê-lo por aqui!

Neusa Doretto, muito obrigada pelo elogio!

Abraços!

Ribeiro Pedreira disse...

Há dúvidas que não precisamos sanar. às vezes é bom deixarmos que outros desvendem, por nós, certos mistérios que guardamos sem nos dar conta. Um poema indelével!!!

Renata de Aragão Lopes disse...

Ribeiro Pedreira,

obrigada pela visita,
pelo sábio comentário
e pelo elogio ao final!

Grande abraço!

BAR DO BARDO disse...

Gostei do corpo, Rê!