Talvez a expectativa seja o erro. Vive-se à deriva, na ânsia de um ineditismo ilusório. Sabe-se tão só que ao enterro antecede o velório. Daí a irrelevância e o cinismo de todo o resto. Há algo, enfim, mais funesto que o aguardo do amor verdadeiro? Crê-se que tem sabor de primeiro. Pra mim, terá gosto de último.
Você não mais me lê. Se o faz, não me decifra. É como se eu falasse em outra língua - inacessível. Como se a frase de minha boca soasse pouca - quase inaudível. Por que, se lhe dei meus códigos, comandos e senhas? Se de mim fiz relatos, memorandos, resenhas? Tudo em vão, impressão minha. Você ignora linha por linha. Age por si - incompreensível. E eu volto a estar sozinha - já sem rímel.