sexta-feira, 26 de junho de 2009

Canja de filhinha



De onde
essa fome
de família?
Da mesa vazia de meu pai
ou do meu jejum de filha?
Meu pai não me deu sopa,
nem eu, a ele, colher de chá.
Não houve,
se bem não esqueço,
entre nós,
sequer um jantar.
O preço?
Ele não manja
que odeio manjar;
que já sou marmanja
e sei cozinhar.
Talvez nem note que fiz essa canja
pra nossa gastrite passar...



Selecionado no 6º Concurso Guemanisse de Contos e Poesias.
Integra a obra Narrativas e poéticas, publicada pela Editora Guemanisse em 2008.

30 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Quantos jantares depois disso...

Beatriz disse...

Mais um premiado;)) e divertido
Maravilha, Renata.

Achei que faltou uma palavra ali em meu...não me deu sopa.

depois volto pra saber quem era esse meu;)

byTONHO disse...

Bonito, agora vou jantar!

Parabéns Renata!

Abraços!

Vinicius disse...

Renata conheci seu Blog atravês do blog da Talita. Gostei muito. Gostei também do seu jeito de escrever. Você é poetisa nata.

Abraço,
R.Vinicius

Vinicius disse...

Renata foi uma honra recebê-la no Folhas Avulsas (meu projeto literário) Com certeza estarei aqui mais vezes, e inclusive já estou como seguidor. Tenha um ótimo final de semana.

Abraço,
R.Vinicius

Talita Prates disse...

Re,
esqueci de postar o nome do poema, né? Me desculpe... Nesse pc eu não consigo acessar, mas assim que possível, corrijo esse lapso!

Este último poema daria uma boa análise psicológica...

Obrigadaaaa, mais uma vez!
Sou sua fã! rs
Bjo

Anita Mendes disse...

me deu fome de poemar tudo isso aqui!(rs)
Renata,
que bom ter tua visita no meu canto. te convido a ir no blog serendipities que é onde eu realmente escrevo (no dizsertando eu posto alguns dos meu favoritos com clips mas raramente passo ali).
www.serendipities.blogspot.com

voltarei aqui pra sobremesa!(rs)
beijos pra ti, Anita.

Unknown disse...

Olá Renata, Obrigada pelo POST.
Pois é, como eu disse, não entendo esse processo como "desprofissionalização", mas, uma coisa é certa, todo esse movimento está colocando em PAUTA uma profissão bacana, importante e por vezes banalizada nos últimos tempos.

Que poesia DELICIOSA, EINH !
Estou fazendo uma reeducação alimentar, com Nutricionista e tudo, um pouquinho de musculação para ganhar massa muscular ... mas pra que isso tudo ? AS PALAVRAS ME ALIMENTAM E ME SUSTENTAM !

Um abraço, Vv.

há palavra disse...

Olá, Renata:

Você combina melancolia e humor neste poema. Os cinco primeiros versos impactam:

"De onde
essa fome
de família?
Da mesa vazia de meu pai
ou do meu jejum de filha?"

"Fome simbólica", interrogações à existência - em si irrespondíveis...

O clima se altera, o humor tempera o[s] desencontro[s]:

"O preço?
Ele não manja
que odeio manjar;"

Você brinca com as palavras [o que é uma marca tua, presente em outros poemas] e o brincar transcende a melancolia - ainda que ela ainda esteja lá?

"Talvez nem note que fiz essa canja
pra nossa gastrite passar..."

Ao final, outra imagem simbólica - somatização...

Me perdoe se "esquartejei" demais o teu poema, mas é que o percebi como um "corpo" a carregar suas contradições, um mosaico no qual só a habilidade do lidar com as palavras garante sua [desejada] unidade...

Mas poderia simplesmente dizer: teu poema tem um sabor acridoce!

Abraços, bons caminhos...

HAMELIN disse...

Gosto de vir para o seu blog é muito interessante!

Eu aprendo muito aqui!

FdeH

PS: Até breve ...

beso desde Montevideo Uruguay

MUAKKKKKKKK

▒▒▒▒▒█▓▒▒▓█▓▓▓▓▓▓▓█▓▒▒▓█
▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒▒▒█▓▓█▓▓▓▓▓▓█▓▓▓█
▒▒▒▒▒▒▒█▓▓██▓▓▓▓▓██▓▓█
▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▒▒█▓█▒▒▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒█▓▓▒▒▓▒▒███▒▒▓▒▒▓▓█
▒▒▒▒▒█▓▓▒▒▓▒▒▒█▒▒▒▓▒▒▓▓█
▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▓▓▒▒▒▒▒▓▓▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▓▓███▓▓▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓▓█
▒▒▒▒█▓▓▓█▓▒▒▒▒▒▒▒▒▒▓█▓▓▓█
▒▒██▓▓▓█▓▒▒▒██▒██▒▒▒▓█▓▓▓██
▒█▓▓▓▓█▓▓▒▒█▓▓█▓▓█▒▒▓▓█▓▓▓▓█
█▓██▓▓█▓▒▒▒█▓▓▓▓▓█▒▒▒▓█▓▓██▓█
█▓▓▓▓█▓▓▒▒▒▒█▓▓▓█▒▒▒▒▓▓█▓▓▓▓█
▒█▓▓▓█▓▓▒▒▒▒▒█▓█▒▒▒▒▒▓▓█▓▓▓█
▒▒████▓▓▒▒▒▒▒▒█▒▒▒▒▒▒▓▓████
▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▒▒▒▒▒▒▒▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒▒▒█▓▓▓▓▓█▓█▓▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒████▓▓▓▓▓█▓▓▓▓▓████
▒▒▒▒█▓▓▓▓▓▓▓▓█▒█▓▓▓▓▓▓▓▓█
▒▒▒▒▒████████▒▒▒████████

Anônimo disse...

Nossa! que blog nutritivo! muito saboroso tb. ganhou um leitor digestor assíduo das suas ideias! hehe
beijão

Graça Pires disse...

Uma delícia a sopa e o poema!
Beijos

Anônimo disse...

renata, você não precisa sentir essa fome porque tens uma familia que te ama muiiiiiiiito.E tenho certeza que do meu manjar você vai gostar

bjs malvina

Renata de Aragão Lopes disse...

Bea, valeu pelo toque! Ao digitar, havia "engolido" uma palavra. (risos)

Tonho, delicie-se!

R. Vinicius, obrigada pelo elogio e por me seguir!

Talita, "Ao aguardo do amor" ficou lindo em seu blog! Adorei emprestá-lo a você. Também admiro muito o que escreve!

Anita, obrigada pela visita! Espero que realmente retorne pra "sobremesa". (risos)

Viviane... da indignação à poesia! (risos) Que bom que gostou do blog!

Raul, que "esquartejamento" fabuloso! (risos) Adoro quando alguém interpreta, verso a verso, um poema meu. Guardarei suas palavras com carinho.

Hammelinn, é sempre muito bem-vindo! Bacana acompanhar-me, de fato, à distância! (risos)

Antônio, obrigada por se declarar meu leitor assíduo! Não tem ideia de como isso me gratifica!

Graça, obrigada pelo comentário ao poema-canja! (risos)

Malvina, você me alegra a cada postagem! Está me devendo, agora, a canjica e o manjar. Amor você me dá de sobra...

Um beijo muito especial a todos vocês!

Moni Saraiva disse...

Maravilha de poema, Renata!
Outras fomes são percebidas, algumas jamais saciadas...Muito lindo!

Beijos!

Impasse Livre disse...

Nossa que post nutritivo e que blog deliciosamente gastronômico e bom de se ver!Poesaia, nutrição e amor, essas são as suas recitas para uma trilogia perfeita do docedelira? adorei, virei mais vezes.beijão!leandro

Márcio disse...

É Renata, depois desta canja muitas coisas aconteceram! Ainda temos tempo de sobra para muitas sopas e colheres de chá. Obrigado por tamanha alegria.
Beijos.

Renata de Aragão Lopes disse...

Estava sumida, Moni! Obrigada por retornar ao doce de lira! Um beijo.

Ei, Leandro! Seja bem-vindo! Um abraço.

É o que mais quero, papai: muitas sopas e colheres de chá com você! Obrigada por se fazer presente em minha vida. Abraço IMENSO!

Luma Rosa disse...

Inspirações saborosas!! Beijus

nina rizzi disse...

hm, que delícia, de até uma fome. e como adoro cozinhar, vou fazr a minha sem galinha :)

o seu pai foi como quase-todos, seu super-ego?

a mim, foi a mama.

beijo, poeta :)

Sabrina Davanzo disse...

Que delícia de poema, Renata!! :)

Maria disse...

Olá, Renata! Que prazer chegar, depois que deixou a trilha do meu espaço até aqui...

Vivo poesia, sabe? Embora seja mais da prosa... então encontrei aqui um alento. Muita coisa bonita, coisa de verdade, coisa de encantos.

Estarei sempre por aqui, admirando.

Beijos doces

Anônimo disse...

uau... fico muitíssimo inspirada depois de passar por aqui! agradeço!

Adriana Godoy disse...

Que "trem" mais gostoso!! Lindo poema , forte,saboroso. E muitos jantares virão. Ainda bem. Beijo.

Júlia Zuza disse...

Olá Renata,

vi seu recadinho no meu blog, obrigada!

Adorei seus txts, são leves, poeticos. Parabéns!
Já adicionei seus doces aos meu favoritos.

Bjo, Júlia

Renata de Aragão Lopes disse...

Luma, Sabrina, Clarisse e Adriana, obrigada pela "canja" de seus comentários! (risos)

Nina, Freud certamente deve explicar...

Maria e Júlia, obrigada por retribuírem minhas visitas com tanto carinho!

Beijocas, meninas!

Aprendiz do amor disse...

lindo lindo lindo.

Marcelo Novaes disse...

Renata,



Belo modo de dizer de uma distância que faz falta...




;)





Beijos,








Marcelo.

Aline Sorrentino disse...

(risos) Adorei isso que vc faz com as palavras.

Renata de Aragão Lopes disse...

Bem-vinda, Jéssica! Que bom que gostou!

Sim, Marcelo! Acertou em cheio! (risos)

Obrigada, Chiquita! Brincar com as palavras é, realmente, muito divertido.

Beijos.