O tempo
O que é a vida
se não uma sucessão de ontens?
- penso eu.
O dia da morte
não será ontem
pra quem morreu.
Vive-se de criar
o ontem
do dia seguinte.
Vive-se de pintar
o passado
em quadros
de pouco mais
de vinte metros quadrados.
O hoje é ficção:
diminutos
fragmentos de minuto,
partes
de um ontem em construção.
6º lugar no 1º Concurso Literário da Academia Campista de Letras, realizado em 2009.Prêmio: publicação na Revista da Academia.
http://www.camposletras.com.br/artigos.php?id=22
32 comentários:
O tempo é surreal...
Gostei muito, Re!
Ah, o tempo...
poético!
filosófico!
"meditativo...."
bju-te
volte...para ler os outros...com calma...
Lindo!
Reflexivo o seu poema...
O hoje é nada mais que o ontem de amanhã!
Bjaum
surreal,sim,renata!
bjo
taniamariza
Realmente, Renata!
O tempo está dentro de nós
E pesando sobre nós!!! (risos)
Junta este teu poema ao meu blavino 12, e estes com um dos últimos que a Márcia postou no Blog do estúdio e podemos dizer também que
"o tempo é a consciência coletiva que nos une"
Beijus
Talita, que bom que gostou!
Marcos, obrigada pela visita! Retornarei, sim, ao seu espaço.
Ernani, obrigada pelo comentário e pelo cadastro como seguidor!
Tânia, nossos poemas de hoje foram surreais! rs
Ju, realmente curioso que eu, você e Márcia tenhamos abordado, simultaneamente, o mesmo tema. Adorei a sua frase conclusiva. Daria ótimo "miolo" para um blavino! rs
Um abraço de blusa de lã em cada um!
Sexta-feira, 19 de Dezembro de 2008
modos
Tenho dois modos sobre o suportar o que é evidentemente real.
Uma hora que o tempo seja já,
ligeiro, urgentemente desgrudado de hoje,
amanha rápido e inesperado,
uma paisagem distante e clara de tão pura.
As coisas de ontem estão desconectadas com esta rapidez,
já vão dois dias desde então.
O outro é mais intenso e todo meu, tudo depende de mim,
de pensar e ser pesar de não ter,
de não ter havido,
de não ser possível amanhã.
O hoje é pesado.
É todo voltado para ontem.
Quando olho assim, vem tristeza, mas assim não esqueço,
perco o pudor, a estribeira.
Ponho viseira e não tiro olhos de lá, onde reencontro,
sonho, planos de virgem, desconhecido e louco: o depois de amanhã.
Assento deste modo no banco de madeira e não vejo nada à frente,
tudo é vida,
tudo é ontem e você.
o tempo é a fragmentação do Eu.
tomo a liberdade de citar uma estrofe de um dos poemas do meu último livro, Interlúdios da Certeza.
"(...) Não somos o passado do futuro?"
Renata,
belíssimo poema.
O passado é a única certeza que temos. Não podemos analisar o presente, pois é efêmero, nem conhecer o futuro que ainda não existe. O passado é o concreto. Só não podemos viver dele, se não a vida vai e não a vivemos, apenas a olhamos.
Ah, agradeço o toque no poema do Carta e Verso. No rascunho os versos estavam aliados, mas não percebi que ao publicar não estavam. Agora estão alinhados. Usei a sua sugestão em parte.
É verdade... Quem se livra do passado???
O tempo é um tema recorrente que sempre abre portas à poesia. E você fez um belo poema. Beijo.
lindo teu blog. Parabens, foi bom vir aqui.
Tenha uma feliz noite.
Maurizio
As marcas de minutos, diminutos pontos de identidade. Sem isso nada seráimos, Rnata.
poema bem construído. Belo jogo com as palavras e imagens.
Oi,Renata,vim fazer-te uma visita e agradecer a sua tbém....esta definição de vida,foi maravilhosa..."partes de um ontem em construção"...tens razão...e olha,vivo tentando consertar os meus ontem...bjos!!!!
Marcos e Profeta, obrigada pelos versos adicionais!
Carta e Verso, obrigada pelo comentário! Irei conferir o blavino retificado. (risos)
Ariane, Adriana e Beatriz, obrigada pelo retorno! A cada postagem, já aguardo os comentários de vocês!
Maurizio, que bom que chegou aqui! Espero que volte sempre.
Sel, obrigada também pela visita!
Um abraço a todos!
Lindo poema, Renata! Linda sua delicadesa com as palavras! Obrigada pela visita.. tb voltarei sempre por aqui!
Um beijo!
Então menina! Essa blogosfera é uma coisa que vai envolvendo, envolvendo... qdo a gente vê, já não temos como sair. E nem queremos!!
Bjs baianos, nos falaremos mais!
o tempo é um bambolê aberto. :)
gostei do porme, do blog.
vou add nos favoritos.
se tiver msn, add aê.
deluccamartinez@hotmail.com
bjo
renata,
obrigada pelas palavras ao meu poema sibila, lá no poemadia.
gosto muito da sua escrita. parabens.
É lindo tudo que escreve!
Beijooos
E estou cá pensando como srta. Renata encontrou-me na vastidão... Grata e grata mais uma vez, por tê-la conhecido. Encantada.
Ganhei um relógio novo. Agora vivo em outro tempo... ;)
beijos renata
Na realidade, eu acho que a vida é uma sucessão de amanhãs, hehehe.
Foi uma pena você ter perdido a votação, Renata, mas semana que vem tem mais... Fica o meu convite para você ler o texto do início escolhido.
Beijo!
renata,
que bonito.
poesia de verdade.
obrigada pelo comentário lá no coração na boca. santiago é meu sobrinho. e lindo. :)
Sabrina, Thais e William, espero que retornem sempre!
Audemir, colega de Poema Dia, obrigada pela gentileza de sua visita!
Priscila, grata pelo elogio!
Carmen, obrigada pelo imenso carinho de suas palavras!
Tião, andava sumido! Agora, de relógio novo, isso não se repetirá! (risos)
André, gostei muito do extremo oposto de seu entendimento! (risos) Irei, certamente, conhecer o seu mais recente texto.
Lubi, seu sobrinho é fofo! Obrigada pela expressão "poesia de verdade".
Adorei, Marcos, o "era o agora"!
Vocês todos são um estímulo para que eu mantenha aberta a confeitaria. Doce beijo em cada um!
OLá Renata,
lendo-te.
essa imagem de Dalí casa perfeitamente com o poema!
Einsten dizia que tudo é relativo. acredito que o tempo também é, depedendo do ponto de referência, do ângulo de visão.
para os poetas
sempre terá esse quê de surrealidade, de mil destinos.
abraço a a ti e parabéns lindo poema.
(quero agradecer a visita e as palavras gentís no meu blog.)
Ei, Daufen!
Eu é que agradeço por retribuí-las.
Volte sempre! Um abraço.
Bela construção de palavras... Prêmio bem meerecido!
Obrigada!
Ameii *-* //adorei o seu blog, tooh seguindo
:*
acho que é por isso tudo que os relógios que o Dali pintava escorriam sobre si mesmos.
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