segunda-feira, 3 de maio de 2010

Coisa de ninguém



a poesia
não é minha filha:
não me vem do útero
bacia
e virilha

a poesia
não é minha arte:
não me vem do estudo
bibliografia
e encarte

a poesia não me vem
a poesia não é minha


Para Lara Amaral,
em um diálogo com seu poema Mãe desnaturada,
publicado em 1º de maio no espaço
Teatro da vida.

41 comentários:

Anônimo disse...

Eu que estou sempre a dialogar com os outros, pego-me surpresa ao ver alguém fazer o mesmo comigo. =)

Realmente, como parir, gerar, cuidar, de algo que, depois de revelado, pertence a quem o lê, o acolhe. Depois de um tempo, dá até para pensar: fui eu que escrevi aquilo, ou alguém que escreveu em mim?

Renata, estou emocionada com seu poema. Gostei tanto!

Um beijo para vc, querida, que considero demais!

Raven disse...

Adorei! A poesia e a imagem!
Beijocas!

Daniel disse...

A poesia vem da alma, é íntima, cúmplice e amiga de todas as horas. Tem um novo devaneio do Euclides no Sub Mundos. Bjus.

http://submundosemmim.blogspot.com

Marcelo Novaes disse...

Renata,



Está perfeitamente claro o processo de não-chegada do poema.


Mas, ao psicografar, autorize o espírito a assinar o nome. Senão, ele escreve e escreve e escreve até vc outorgar-lhe a devida autoria. E os poemas continuarão "não-vindos" e "anônimos", em profusão.


[E perceba que permanecerão bem-vindos, mesmo que de nenhum-lugar].


;)







Um beijo.

Renata de Aragão Lopes disse...

Larinha,

muito obrigada pela amizade,

pelos e-mails trocados
que me conduziram
à "Coisa de ninguém",

pelo lindo agradecimento
que me fez em seu blog*!

É muito bom caminhar
- inclusive literariamente -
ao lado de pessoas tão especiais!

Um grande abraço pra você!


* http://laramaral-teatrodavida.blogspot.com/2010/05/doce-de-lira.html

Anônimo disse...

A poesia pode não ser sua filha, mas está em vc Renata! Corre em suas veias. Continue sempre nos presenteando com sua brincadeira de palavras e significados magistrais!
Meu respeito!

Emilene Lopes disse...

Escrevemos, muitas vezes, a quem ainda nem nasceu, hoje ela não nos pertence porq pertencerá a alguém mais tarde...
Bjs
Com carinho
Mila

Marcantonio disse...

Renata, nada entendo de obstetrícia poética. Nem sei distinguir um poema- normal de um poema de cesariana. De psicografia quem entende é outra pessoa. Mas sei que um belo cordão umbilical liga os dois poemas.
Por ser Renata desconfio que você renasça em cada poema. E se a poesia não é sua, talvez seja o contrário.

Abraço.

Anônimo disse...

pues te inspiraste mucho, porque escribiste algo muy sutil.
besos

ítalo puccini disse...

passei lá no blog da lara também.

que maravilha essa "troca" entre vocês!

amei.

beijo

Paulo Rogério disse...

Renata: o poeta gera. O leitor promove.
No mais, quero ser aprendiz dessas mães desnaturadas. Sempre.
Bjo!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Assim conversam almas... ;)

BAR DO BARDO disse...

Lindas - as duas!

Robson Ribeiro disse...

Esse é um conceito polêmico, mas o poema ficou muito bonito e expressivo.

Beijos.

Anônimo disse...

A poesia também está aqui de passagem.

Beijo, lindeza!!!

Tiago Moralles disse...

Opa, rola encomendas agora hehe?

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Renata,
venho lá das bandas do "Teatro da Vida" da LARÍSSIMAMARAL, e lendo esse lindo "Coisa de Ninguém", lembrou-me o Pessoa: eu sou a tela e oculta mão colora alguém em mim...

Abraço mineiro,
Pedro Ramúcio.

Zélia Guardiano disse...

Renata
Pelo que vi aqui , tirei minha conclusão: A poesia pode não ser sua filha, mas talvez uma irmãzinha caçula, da qual você não larga a mão... São muito íntimas!
Adorei seus versos!
Parabéns!

Um beijos

dade amorim disse...

Uma das coisas que me encantam na rede é que ela está sempre crescendo, no todo e para cada um de nós. Cheguei aqui pelas mãos delicadas da Lara, uma amiga recente que admiro pelos bons poemas.
Grande alegria conhecer seu blog, Renata.

Um beijo.

byTONHO disse...



PO é SIA!
Pois é...

be:)os!

Unknown disse...

A poesia está em si.


Beijo.

C@uros@ disse...

Olá minha cara amiga Renata de Aragão, lindo e sensível poema e uma maravilhosa homenagem, parabéns.

paz e harmonia e mais inspiração em sua vida,

forte abraço

C@urosa

Úrsula Avner disse...

Oi Renata,

de fato a poesia não tem pertencimento e ao mesmo tempo é de quem precisa dela como bem assinalou a personagem do filme
" O carteiro e o poeta "... Bonito poema. Bj.

Unknown disse...

Renata!

A poesia é sua própria essência, sua alma!

Dialogando com Lara deve transformar´se num vinho muito especial.

Brindo às duas amigas queridas!

Beijos

Mirse

Unknown disse...

A poesia, não é tua, não é minha
nem de ninguém,
ela chega embargada pela inspiração, quem sabe bem vinda
pela sintonia do Sr. além.

Maravilha de postagem
Parabéns Lara pela semente,
parabéns Renata por tão bela
composição...

Bjs
Livinha

Anônimo disse...

re a poesia realmente vem da alma
só pessoas sensiveis tem esse dom
e vc tem claro né

bjs tesoura

Furlan disse...

Que coisa mais linda! Mas acho que vem de você, sim. Do seu suave conúbio com a arte, de uma relação tântrica com a liberdade, de uma conjunção com o amor verdadeiro. De algo assim.
Amei

Batom e poesias disse...

Oi Renata
Cada poeta concebe do seu jeito e esse diálogo com a Lara, resultou num lindo poema.

Eu, do meu ladinho, sinto como ela, mãe de rebentos feitos de palavras.

Um beijo
Rossana

Ariane Rodrigues disse...

Vim provar da tua doçura e é sempre tão recompensador!

Rosemildo Sales Furtado disse...

Olá amiga! Passando para retribuir a visita e apresentar minhas desculpas pela minha ausência. Infelizmente, motivos alheios à minha vontade me forçaram a isso. É que perdi uma parte viva da minha história, mas a vida continua. Espero mais uma vez, contar com a sua valiosa compreensão.

Abraços e fique com DEUS.

Furtado.

Nathália Azevedo disse...

a poesia é obra do abstrato,
ora óbvio, ora utópico.

belo!

Adriana Godoy disse...

A-do-rei...a poesia está nos olhos, na alma. Beijo.

Graça Pires disse...

A poesia passa por quem a faz e por quem a lê...
Gostei do poema.
Beijos.

Liza Santana disse...

Querida Renata, discordo quando dizes que a poesia não é sua arte, que a poesia não é sua. A poesia é sim sua! A poesia é está em ti, ela é você!


Mesmo discordando acho suas palavras sempre lindas.
Te adoro flor.

bj

Jéssyca Carvalho disse...

É bem por aí: a poesia não é nossa, não nos pertece e nunca pertencerá. Ela tem vida própria, ela pertence a si mesma e a todos, ao mesmo tempo.
Ela fala por si e nem de explicação ela necessita.
Pra mim, a poesia é o tipo de arte mais perfeita: vem inteira, invade-nos, inquieta-nos, até que possamos tranacrevê-la e passar adiante, para que ela fale a mais e mais pessoas.

Eis que a poesia é do mundo!

Amei, amei...
Teu poema me pôs a pensar e isso é realmente muuuito bom!

Obrigada e um beijo (com pão de queijo)hehe'

julio rodrigues correia disse...

A poesia vem do útero da palavra e é fruto da copulação entre o pensamento (alminíco) e a realidade existêncial.Abraços.

J.F. de Souza disse...

passam por nós e nos levam algo. talvez, algo que nós o damos, mas. tem algo de nós as poesias.

Myrela disse...

Preciso ver e vir aqui mais vezes...para ver se é contagiosa toda a tua inspiração.
Muito bom mesmo!

Valéria lima disse...

Quanto mais te leio, mais quero tuas palavras!

BeijooO'

Ricardo Mainieri disse...

A poesia, por vezes, nos acomete como uma profecia ou uma possessão.
Parece ser mediúnica, de autor outro.
Mas, pelo prisma espiritualista, carregamos nossos vários registros akássícos, nosso álbum de vivências, que sob o domínio da inspiração pode abrir suas páginas.
O estilo vai definir se este filho é nosso ou adotado...

Beijão e obrigado pela visita.

Ricardo Mainieri

Leonardo Miranda disse...

ótima!!! parabéns !!!