só duas palavrasduas palavras somentetornou-se descrente
Ela já quase esqueceu- mas eu não!Você mereciauma surraantes do perdão.Posou de bom moçoe era o vilão.Enganou a todos:a ela,à família,a mim.Como pôdeser tão ardilosoassim?Namorá-lapor mais de ano.Cada falaa lhe calara verdade.Estava pra se casarnoutra cidade.A data marcadana igrejae no papel.Onde quer que esteja,Rafael,eu gritopra que me escute!Bendito foi o diaem que elalhe deu um chute.Pena que leve,quase sem peso.Mereciauma surraantes do desprezo...Para um cafajestecom nome de anjo.
Família tem segredo---------------segredo tem história-história tem enredo----------------enredo, trajetóriatrajetória tem começo------------------começo tem rumo------rumo tem tropeço------------------tropeço, aprumo-----------------------------resumosegredo tem FamíliaReleia de trás pra frente,palavra por palavra.
Que o escapuláriote guardeprimeiro de ti.Do vício,do ódio,do ócio da tarde,do peso de te julgares acima,dos pesares por quem sorri.Nem imaginas:os temíveis malesse hospedam nos valesda alma.Que o escapuláriote guardeprimeiro de ti.Depois dos perigosnão íntimose ínfimosque há por aí.
sei que está aíàs escondidasa indagar de sio que restoude nossas vidas?- café requentado -escrevo pra lhe pedirque reformulepra sugerironde colocouaquele bule?- café passado -Para minha amiga Lakshmi.
Se Maria e Carlos da Maia não se descobrissem irmãos,se a carta a Romeu lhe chegasse às mãos,se Orfeu não mirasse Eurídice,se eu cometesse menos tolices,o amor seria possível?Não. Até na arte se vê do amor apenas parte- indício, mais real que fictício,de que a plenitude é inconcebível.O que se busca, amiúde,é ignorar esta certeza implacávele manter inabalável o sonhode viver, quando muito,um enfadonho romance de novelas- a chorar, entre elas,durante o intervalo maldito,pela obra de Eça,pela peça de Shakespeare,pela pureza de um mito...
Estou de poucas palavras:tramela.A-penasalgumas vogaisescapam das celas.Abertas,elas gritam ao mundoo que me cala:queria um coraçãoà prova de balas.
Sempreque a noitevem sem o sono,ela vendaos olhoscom tarjapreta.De si,pra que legenda?Se forpra se ouvir,que não compreenda.O controle remotoà gaveta.Para Luciane Slomka,em um diálogo com seu poema Tarja preta,publicado hoje no espaçoCrer para ver.
Céus! Como estou fartadessa sua prosa parcaque só me traz farpa...
Lágrimasa cada partida.E choramosnão pela morte,mas pela brevidadeda vida.Os que vãodeixam rastrosque não passarãoàqueles a que deixareios meus.A saudadedura poucoalém do adeus...Levarei comigo,é bem possível,eu sei,os últimos vestígiosdaqueles por quem chorei.Crônica de 2006 que virou poema.