Quando muito
Se Maria e Carlos da Maia não se descobrissem irmãos,se a carta a Romeu lhe chegasse às mãos,se Orfeu não mirasse Eurídice,se eu cometesse menos tolices,o amor seria possível?Não. Até na arte se vê do amor apenas parte- indício, mais real que fictício,de que a plenitude é inconcebível.O que se busca, amiúde,é ignorar esta certeza implacávele manter inabalável o sonhode viver, quando muito,um enfadonho romance de novelas- a chorar, entre elas,durante o intervalo maldito,pela obra de Eça,pela peça de Shakespeare,pela pureza de um mito...
50 comentários:
"Os Maias":
o romance que mais me comove.
é amor desde que não criemos condições para que aconteça.
lindo!
:))
UAU! Este sim fez remexer as entranhas!
Que o amor é parte, não dúvido. Tão parte quanto complemento.
UAU!
Fiquei extasiada!
Um beijo :*
Mesmo assim, não perde o encanto...
Lindo!
Abraço carinhoso
Renata,
Eu acho que a arte traz à tona a não-completude do amor, justamente porque ela (a arte)nos leva à realidade do mundo.
Beijos e bom final de semana.
Amiga Renata.
"Os Maias", são um excelente livro e foi durante muito tempo, leitura obrigatória nas aulas de Português, aqui em Portugal. Pena que essas leituras obrigatórias tenham sido retiradas das escolas. Podia ser chato, mas pelo menos faziam coma as pessoas lessem um pouco mais.
Beijos amiga
Victor Gil
Bonito poema. Vou anotar o livro para ler, eu gosto do Eça.
Renata, suas palavras são perfeitas. não só aqui, nesse texto, falando da vida real, de mitos, de sutilezas..
seu blog é uma delicia de ser lido e já o estou seguindo!
parabéns
beijos
hj vivo na desgraça dos "mayers"
Renata,
Desidealização do "halo romântico" do amor (ou do "halo do amor romântico", como prefira) em poema muito bem construído.
Sobrestima-se e se sobrecarrega a expectativa em torno desse amor, em detrimento de outros que lhe são superiores. Esse é "lambuja" e "Graça". Não construção.
Outros são construção.
Esse poderia transbordar da maior das amizades. Um "plus". Mas fica-se sempre à mercê de outras variáveis sempre frágeis. Cito apenas uma delas: "química". Pode durar alguns meses. Outras químicas podem obscurecer essa "equação", ainda que a elas não se dê "chances práticas" (ainda assim, sugeririam "combustões insuperáveis"...). Só o "preferir experimentar uma alternativa ausente" já empalidece essa tal "plenitude da química do encontro". Eis porque frágil...
Por essas, e mais umas duzentas boas razões, certos sempre estiveram os Mitos, o Teatro, os Poetas, os Romancistas. Com maiúsculas.
Texto muito belo que empalidece um tanto esse halo visto como "Infinito".
Enquanto dura...
;)
Beijos,
Marcelo.
O amor, sempre cheio de "se".
O poema está tão lindo que só estou aqui a sonhar.
Beijos, Renata!
Será que o amor é mesmo só isso? Texto moldado para um folhetim?
Peça, canção,
Qualquer coisa assim?
Amor fictício?
E eu, até agora, desperdício?
Será que todos já sabiam o final
Enquanto eu atuava naquela cena real?
Não... Eu me nego.
E à próxima cena me entrego.
Até o fechar das cortinas,
Até não sobrarem mais rimas...
Beijos, Rê!
Que lindo, Renata!
A pureza do mito!Que mesmo assim insistimos em viver.
Adorei aqui!O conteúdo do blog é de primeira!
saudações! E passe lá pra tomar um café!
Abraço
Daniele Cezar, busquemos, então, um amor verdadeiro...
Daiana Costa, que bom sabê-la extasiada! : ) Gostei da palavra "complemento".
Concordo com você, Liene: o amor, "mesmo assim, não perde o encanto..." É, por isso, que fico a suspirar pelos Maias...
Valdeir Almeida, a arte pode tudo!
Victor Gil, é lamentável, sobretudo em Portugal, que "Os Maias" não seja uma leitura obrigatória. Sou fascinada pela estória de amor que o livro narra!
Eloisa, recomendo-lhe, até mesmo, a minissérie produzida pela Rede Globo em 2001. Não sou sequer de ligar a TV, mas esta produção foi encantadora... Eu a tenho em DVD.
Amanda, seja muito bem-vinda ao doce de lira! Obrigada pelo comentário tão gentil!
Marcelo Mayer, a brincadeira foi ótima, mas espero que mentirosa! : )
Marcelo Novaes, que comentário mais producente! "Quando muito", realmente, é uma "desidealização" do amor romântico, um texto "que empalidece" a noção de sua infinitude. Muito grata, amigo, por uma análise sempre tão aprofundada da minha poesia!
Lara Amaral, nem a descrença nos ameniza o sonho...
Querida Moni, simplesmente amei sua revolta poética! Sugiro que a publique em seu blog, exatamente como faço todas as vezes em que "dialogo" com algum escritor. Ficou LINDÍSSIMA a sua poesia-resposta! : )
Laís, tanto melhor assim: "insistimos em viver" o amor em sua magnitude!
Um beijo carinhoso a todos vocês!
"Os Maias" tbm me comove muito! E teu poema tá cheio de verdade... Bjs
o amor é invencionice de poetas? pois, sou poeta...
um beijo.
Tambem sou apaixonada no ''Os mais '' é lindo ,totalmente verdade esse poema nem acredito em amores assim ,mas há quem acredite neste amor de novela!
me arrepio sempre que lembro d'Os Maias.
seu poema também fez-me arrepiar.
lindo.
Renata,
Nas tags de textos meus no Prosas Poéticas, tem uma que diz assim: Romantismo Mitigado...
Ou algo parecido...
Movimento lírico com restrição de açúcar, capice?!
;)
Ps. Nina Rizzi é poeta das boas, claro.
Beijos,
Marcelo.
Mesmo assim ainda acho o amor possível.
Não sei pra mim.
Re, amiga,
há poucos dias esse tema me andou sondando para um poema... Juro! rsrsrs
Nossa sintonia às vezes me assusta! rs
Ficou muito, muito bom!
Você já leu o capítulo de "a cama na varanda" que fala do mito do amor cortês? Do "estrago" que a história de Tristão e Isolda fez nos corações? rs
Um bjo, amiga!
Ótimo fim de semana.
:)
Faço coro com o Tiago...rs
Sim, Rê...sugestão acatada...breve, breve!
Que bom que gostaste do diálogo!
Beijos!
Renata
Também acho o amor possível. Ouvi dizer de um, por aqui... Beijos!
Renata
Que coinscidência!Ficou um pouco parecido nossos poemas rsrsrs
"Mas,se, é apenas um sonho de quem imagina, que ser humano signifique algo mais que desastres, e que amar não seja, apenas, mera atribuição divina!"
Milhões de beijos
Ariane Rodrigues, Bárbara e Rai, conforta-me o fato de que há mais gente, por aí, tão enfeitiçada por esta obra de Eça quanto eu...
Nina querida, até a arte, muitas vezes, fala da impossibilidade de um amor pleno. Mas, felizmente, resta-nos, a todo tempo, uma brecha para a "invencionice" de um amor perfeito! : )
Marcelo Novaes, obrigada pelo retorno! Mais uma contribuição sua: "romantismo mitigado". Há pessoas um tanto indignadas diante deste poema, por acreditarem em um Amor com letra maiúscula! (risos) O debate é maravilhoso e faço questão de me expor um pouco mais. Aos 33 anos e já, portanto, com alguma experiência de vida, eu vivencio o amor e o julgo, sim, ainda possível. De uma forma bem distinta, contudo, daquela como o experimentava até algum tempo atrás. Estou certa de que, hoje, ainda que me leve ao céu, o amor me exige os pés bem firmes na terra. Não se trata de um abandono, mas de uma mera mitigação do romantismo, como você bem disse. A felicidade a dois prescinde da perfeição.
Tiago Moralles, que confidência mais íntima! E Moni ainda lhe segue em coro! (risos)
Talita, nossa sintonia é realmente impressionante! Talvez, porque apreciemos as mesmas leituras e tenhamos alguns sonhos em comum! : ) Em meio a tantos textos voltados à minha monografia, ainda não cheguei no tal "mito do amor cortês". Que medo das consequências! (risos)
Nydia Bonetti, se existe um por aí, é sinal de que ainda há esperança para todos! : )
Juliana Lira, uma grande coincidência, de fato! Li o seu soneto e gostei muito! Visitarei novamente suas "Reticências"!
Um abração pra vocês!
O amor no mundo pode até acabar, mas na poesia ele há de permanecer...
Doce de Lira,
Acabei de estar no blog de Juliana Lira (vcs são parentes?! rs rs rs), e ela fez um soneto. Talita disse bem aí em cima, sobre a "Cama na Varanda" da Regina Navarro, que mostra o super-investimento no amor romântico e seus revéses.
Sua parente, a Juliana, se pergunta se o amor seria só divino.Naquele soneto acima citado. A moça se pergunta,sabendo que ela mesma ama.Ela já sabe a resposta, claro. Há a nossa porção humana. Aumentemo-la. Em todas as frentes do amor, que o "ultra-romantismo" obscureceu.O leque do amor é variado como as cores da pal(h)eta do pintor. Pra que cantar (e decantar) só o "rubro amor"?!
Beijos, e obrigado pela presença nO Tinir do Bronze. Há sons baixinhos que passam desapercebidos. Ou quase.
Beijos, amiga.
Belíssimo final de semana. Rico de amor, em seus matizes e sub-tons (devem ter tirado esse hífen, mas gosto de hí-fens...; se não mudaram a terminação do hífen pra m, como em também -hífem -, mantenho-me recalcitrante nessa incompleta mudança; como diz a canção: "sou rebeldo por que o mundo quis assinho...")
Marcelo.
Olá, obrigado pela visita no meu blog. Beijão
O amor, sempre, eternamente o amor.
Não existe arte sem o amor, não existe musica, sem o amor,
Eu não existo sem o amor
Você não existe sem o amor.
O ser humano não existe, sem o amor.
Logo, como não falar do amor, sempre ,e em tudo que conhecemos.
Beijos, amorosos e fraternos
Bom Domingo
Rê, puxa, os Maias igualmente me comovem. Adorei! Assim como adorei esse post. Beijos querida!
Ontem consegui o livro "Os Maias" em uma troca no Luluzinha Camp RJ. Apesar de saber o final da história, fiquei muito afim de ler.
E o que contribuiu - e muito - para isso, foi a beleza incrível da minissérie: beleza externa e beleza da arte desses dois incríveis Ana Paula Arósio e Fabio Assunção - e também elenco/produção/texto/direção.
Bjs :*
ps. eu? continue querendo um amor....
Sim, Caio Rudá: a poesia a tudo eterniza...
Marcelo Novaes, eu e Juliana Lira não somos parentes! (risos) Li o bonito soneto em que ela indaga se o amor seria algo exclusivamente divino. Por indicação da Talita, também estou lendo "A cama na varanda", em que Regina Navarro examina o amor e a expressão da sexualidade, tão atrelados à religiosidade, desde o Paleolítico. Como você bem registrou, contudo, no amor sempre há "a nossa porção humana". Daí, as suas vicissitudes... Mais uma vez, muito obrigada por enriquecer este espaço! : )
Teórico, seja bem-vindo ao doce de lira! Espero que retorne!
Bondearte, é pelo amor que, de fato, existimos! Obrigada pela visita e pelo comentário!
Lai Paiva, muito grata por sua presença constante e carinhosa aqui na confeitaria!
Aquela que voa, eu assisto a esta minissérie uma vez ao ano! A meu ver, trata-se do mais belo trabalho de Fábio Assunção e Ana Paula Arósio! Walmor Chagas e Selton Mello me parecem ser, exatamente, os respectivos "Dom Afonso" e "Ega", idealizados por Eça de Queiroz. Ainda há, na produção, uma belíssima fotografia e uma emocionante trilha sonora... Saber o final só reforça a minha vontade de redescobrir "Os Maias"! E que, com tudo isso, a busca do amor, realmente, prossiga... : )
Um beijo a todos!
Muito interessante este poema, sobremaneira a construção que o faz percorrer um acervo muito impressivo de intertextualidades à volta desse "fogo que arde sem se ver" (Camões), a temática do amor, incluindo a via tortuosa de que também é feito, como no amor incestuoso de carlos da Maia e Maria Eduarda de Eça, o mito extraordinário de Orpheu que perde a sua Eurídice, a tragédia de Romeu e Julieta.
Parabéns.
(agradeço-lhe a gentileza do comentário que postou no meu blog, espaço que está sempre aberto para que volte a lisonjear-me com suas visitas e fecundos comentários.
luís filipe pereira
Luís Filipe Pereira,
eu é que lhe agradeço a visita!
Além de haver enumerado, com primor,
cada um dos amores conflituosos
de que falei neste poema,
você ainda citou Camões
e seu célebre verso:
o de que amor
"é fogo que arde sem se ver"...
A confeitaria, igualmente,
estará sempre receptiva
aos seus ricos comentários!
Um grande abraço.
Eterna Penélope a espera de seu Ulisses.. quão quixotescas somos, Re... e eu gosto.
Muito bom, Re!
como a Marj, vou compartilhando tb...
*deixo um conto de Artur Azevedo, maravilhosamente narrado/interpretado pela Beth Goulart!
é o amor...
http://www.youtube.com/watch?v=vrVjlnEJIw4&NR=1
besos!
Pela pureza de um mito, adorei a construção do poema. Há braços e beijos de confeitaria.
Excelente seu poema, Renata. E, costume meu, voltarei para reler agora.
veja só! o amor dá o que falar!!
e sempre dará...
gostei da visita no blog.
voltarei por aqui.
beijos
A graça do amor encontra-se nas tragédias. :)
encontrei teu blog a partir de muitos comentários teus em blogs que também frequento.
fiquei curioso, e aqui parei.
e que lindeza encontro por aqui.
blog bonito, bem feito, com versos
maravilhosamente bem escritos.
parabéns.
tomo a liberdade de linkar.
um abraço.
Também gosto, Marjorie! : )
Rafaela Figueiredo, obrigada pela sugestão! Assim que puder, assistirei ao vídeo.
Paulo Jorge Dumaresq e Gerana Damulakis, sejam muito bem-vindos ao doce de lira! Espero reencontrá-los por aqui!
Guto Respi, o amor sempre "dá o que falar"! (risos) Obrigada pela visita! Aguardarei o seu retorno!
Lisa Alves, você bem disse uma verdade: quanto mais trágico, mais belo parece o amor... Desde que na arte!
Marcos e Luciane, o amor já me encontrou...
Í.ta**, muito grata pela gentileza de suas palavras! Agora que conhece o caminho, volte sempre! : )
Um abraço a todos vocês!
Ah, mitos...
(suspiro)
Olha, Renata, maravilhoso o teu poema! E tuas palavras, por si só, já são um motivo para crer nele (amor). Se elas emocionam a tantos, acho que isso significa que algo corre solto por aí, basta encontrar, não?
Beijos!
Tiago Medina, também suspiro por eles...
Jester, a primeira questão é encontrá-lo. A segunda, mantê-lo! : )
Obrigada a ambos pela visita! Beijos.
eu ainda sei como orfeu se sente...
renata, apesar de não entender de poesia,essa é demaiiiiiis
MARAVILHOSA,amei
beijos
tesoura
Tudo e/ou nada, somos duas então! Um beijo!
Tesoura, o Tesouro pediu pra lhe dizer que "a poesia é de quem a lê"! Um abração nosso!
re, a tesoura tem um tesouro.legal né?
adorei. um beijo.
TESOURA.
(risos)
Adoro você, Tesoura!
Postar um comentário