segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sem alarme



o tempo passa e a idade avança
sem que a gente se aperceba da marcha
de repente não se é mais criança
inclusive mais cedo do que se acha

da queda da bicicleta à do beijo
da lágrima de manha à de charme
da repulsa ao sexo oposto ao desejo
o tempo segue em ruas sem alarme

quando se vê já se tem uma história
tão bela e rica, tão longa e antiga
que até de si quase a gente duvida

pois se tem como de ontem na memória
a lembrança da primeira cantiga
pela frente ainda toda uma vida


42 comentários:

Renata de Aragão Lopes disse...

Será que a vida passa durante o sono?

Sidnei Olivio disse...

tudo passa...
bj

Lara Amaral disse...

Passa, e também, durante a insônia, quando se escreve às quatro da manhã =).
Que bonito esse soneto, com sutis passagens da vida. Gostei muito! Beijos, Renata!

Anônimo disse...

No fim das contas, somos mesmo feitos de tempo.

Bjo querida1

Luciane Slomka disse...

Será que o sonho é quando a gente está acordado, vivendo e fazendo nossa história? Volta e meia algum post sempre me recorda do filme "waking life", que fala exatamente disso. Se não viu, recomendo!
E sigamos sonhando, vivendo, quando dormimos e quando despertamos!
Um grande beijo!

marcia szajnbok disse...

querida, a vida É sonho... quando acrodarmos, já não mais estaremos aqui...
bjinho

Anônimo disse...

re, você disse (será que a vida passa durante o sono?
a sua vai passar bem devagar,pois você não dorme quase nada.Ja olhou o horário que você postou?risos

tesoura

nina rizzi disse...

o dia que eu cai na real, com esse lance de envelhecer, foi quando soube da gravidez, aliás, fiquei meio "surtada" com isso durante todo o período. agora já consigo me relacionar melhor co espelho. mas também, eu só tenho 1/4 de século... rsrsrs...

renata, de quem são as imagens que vc ilustra os poemas? meigas :)

um beijo.

Talita Prates disse...

Que graça de soneto, Re! Adorei!
"da queda da bicicleta à do beijo",
sigamos quedando e levantando! ;)

Bjo, querida!
Ótima semana.

Karlo disse...

Bellos poemas :)

saludos cordiales
Karlo

Marcelo Novaes disse...

Renata,



Que belo soneto!


O tempo urge. Ou ruge.


[Ou rouge].







Beijos,








Marcelo.

Mário Lopes disse...

Lindo o seu soneto. Límpido como dia sem nuvens. Sente-se nele o correr do tempo, qual vento circulando pela nossa vida.
Muito obrigado pela sua visita e as minhas desculpas tão tardias.

Tiago Medina disse...

Sonhos são nossos intervalos da vida. É quando a gente pode realizar aquilo que nem sempre dá pra fazer durante o dia

Leila Andrade disse...

É isso sim, de contradições e do inusitado a vida, um vendaval que passa.
Também gostei daqui, Renata.
Beijo.

Batom e poesias disse...

Olha só!
Um soneto pra lá de talentoso.
Que lindo, Renata!
O tema e a poesia do tempo.

bjs doces.
Rossana

Priscila Rôde disse...

Rsrs, com certeza, passa sim! ;)

nydia bonetti disse...

nem me fale do tempo... nem me fale. ando muito assustada com ele. a cada dez anos um susto. :)
beijo, renata.

Renata de Aragão Lopes disse...

Sim, Sidnei... Tudo passa.

Será, Larinha, que, durante a insônia, ela estaciona? : )

Gostei, Marjorie: todos feitos de tempo...

Lu, acredita que ainda não consegui concluir este filme? Eu fico tonta com aquelas imagens! (risos) E todos dizem que o filme é mesmo espetacular!

Márcia, você foi nas profundezas - talvez porque goste delas! : )

Tesoura, será por isso que, mesmo depois dos 30, aparento ter 18? (risos)

Verdade, Nina! A gravidez nos "sacode"! Quanto ao espelho... Calma! Um quarto de século é quase nada! (risos) As imagens são pesquisadas, aleatoriamente, na internet.

Que bom que gostou do soneto, Talita! Gosto de, às vezes, seguir alguma métrica. Isso me soa como desafio! : )

Muito grata, Karlo!

Marcelo, o tempo urge - sem alarme! (risos) Fico feliz por haver apreciado!

Mário, sinta-se bem-vindo! Aqui não há visita tardia! : )

Tiago, você escolheu falar dos sonhos... Obrigada!

Leila, adorei a palavra que mencionou: "vendaval"! Espero que retorne ao doce de lira! : )

"O tema e a poesia do tempo." Que lindo comentário, Rossana! Obrigada!

Passa e voa, Priscila! : )

Nydia, o mais espantoso é o susto em si! É nos darmos conta de que tanto tempo passou - e sem nenhum alarde... Não tem a sensação, por vezes, de que ainda é menina?

Um beijo a todos vocês pelo carinho!

BAR DO BARDO disse...

ó a concorrência aqui! (rsrs)

muito bem desenvolvido o tema. adoro quando os camaradas fazem sonetos, porque eu me sinto menos troglodita...

gostei mesmo!

beijo, rê!

Adriana Riess Karnal disse...

penso nisso todos os dias....não quero ser uma velhinha destruída...quero continuar vivendo....sabe que a poesia me ajuda nisso?

Rafaela Gomes Figueiredo disse...

nossa, muito bacana!
simples nas palavras; firme na estrutura e reflexiva na mensagem!

o tempo é um dos melhores temas para se filosofar! [eu acho]
e, como na filosofia, melhor nos mantermos na busca... sem a ânsia de resposta.

beijos

Rosângela Cunha disse...

A vida vai passando e nós vamos
juntando um punhado de lembranças,
é a vida! Adorei o poema!

Lara Amaral disse...

Eu coloquei que ela passa, tbm, durante a insônia. Apesar da impressão que dá que ela não passa, né? E falei das 4h da manhã pq é o horário que está mostrando na postagem do seu texto, hehe... Fiquei imaginando vc escrevendo, sem sono, essa hora, como tbm me pego às vezes =).
Bjos.

Filipe disse...

Nossa...
=)

Paulo Rogério disse...

Renata, só você para conseguir colocar uma bicicleta num soneto!
Acho que não há uma transição efetiva entre a infância e a maturidade. Num ponto, as coisas se misturam. E não é de todo ruim.

Anônimo disse...

Sem alarme, sem aviso, apenas indícios, dos quais às vezes nem nos damos conta, a idade avança sim.

Você disse tudo e disse bem! Parabéns! Como sempre, AMEI!

Beijos muitos

Ariadna Garibaldi

mr green disse...

Adorei o blog, em particular este soneto. Já sou um seguidor.
Beijos

Amar sem sofrer na Adolescência disse...

O tempo é sábio e ternamente encantador. Capaz de inspirar lindos versos como estes. Encantador, sensível,fala sobre verdades sem se distanciar da poesia. Adorei.
Bjs

Adriana Godoy disse...

Muito intenso esse poema. Uma reflexão poética que leva a gente a pensar e muito. Belo, Renata.Não sei se tudo passa... Beijo.

Amanda Gaspar disse...

lindo esse poema.

Renata de Aragão Lopes disse...

Troglodita nada, Bardo: simplesmente clássico! E que bom que gostou! Sua opinião contaria ainda mais desta vez, por se tratar de um soneto. : )

Adriana Karnal, acredito que as artes, em geral, contribuam muito para que a vida, até o seu desfecho, seja bem mais leve e feliz... Sorte nossa! (risos)

Rafaela, já observei que seus comentários são sempre muito pertinentes e aprofundados. Um prazer recebê-la aqui no doce de lira! Espero que retorne incontáveis vezes!

Rosângela, seja bem-vinda! É o que somos: um "punhado de lembranças". : )

Lara, eu havia entendido. Mas seria tão bom se o tempo estacionasse a cada madrugada insone... : )

Filipe: o que quis dizer com esse "nossa..."? (risos)

Paulo Rogério, bicicleta em soneto é algo, realmente, no mínimo, curioso! (risos) Concordo com você: não há uma transição muito bem definida entre infância e maturidade. Acho que, no fundo, todos nos mantemos um pouco crianças...

Sim, Ariadna: "apenas indícios". Que bom que AMOU o poema! : )

Marcos Satoru, acabei de afirmar algo semelhante logo acima. De fato, "gente de verdade é sempre criança"...

Marcelo Green, obrigada por haver apreciado o doce de lira e se cadastrado seguidor! : )

Stella, "o tempo é sábio". Muito grata pelo comentário tão gentil!

Dri Godoy, fiquei muito feliz por haver considerado este soneto uma intensa reflexão poética!

Amanda, bem-vinda à confeitaria! Volte sempre! : )

Um beijo a todos vocês, queridos leitores!

Lai Paiva disse...

Renata, que lindo, nooossa, adorei. Remete a um passado tão bom, deu pra sentir o cheiro da infância, a delícia das mudanças e saudade do futuro que me espera!!! Muito legal mesmo!! Bj

Filipe disse...

Quis dizer: que poema bem constuído e instigante! Não é qualquer um que faz um soneto, não!
Adorei! =)

guru martins disse...

..."a vida
é tão curta
então curta"...

bj

Solange Maia disse...

Renata,

4, 4, 3, 3 ... métrica perfeita...
Que sabe um dia me atrevo a fazer uma...

Você é mestra das palavras, te li lendo a minha própria história, a minha vida... o tempo varrendo, levando, deixando memórias lindas, mas passando, passando...

Bárbaro !!!

beijoooooooo

manoela ebert disse...

nossa, são lindos os seus textos, poesias... lindos mesmo. Me perdi aqui no seu blog, fui virando páginas e voltei.

vi seu comentário no meu blog, volte sempre lá!
um beijo
Manu

Renata de Aragão Lopes disse...

Lai, que comentário mais doce! : )

Filipe, nem imaginei que me responderia! É o segundo soneto que publico no blog. Que bom que você adorou!

Verdade, Guru: aproveitemos!

Solange, muito obrigada pelo "mestra das palavras"! Ando, igualmente, encantada com seus "eucaliptos na janela". : )

Manu, delicioso saber que você se perdeu por aqui, virando páginas e páginas... Não sabe o quanto isso me estimula a produzir sempre mais!

Um beijão, gente!

Desengavetados disse...

Lindo soneto, querida!
Lembrei muito de minha infância e tb do rompimento com ela. Se é que rompemos definitivamente, muito tenho ainda daquela menina que fui.
Queria agradecer pela visita em meu blog! Fique a vontade e apareça quando quiser no desengavetados. É um prazer!
Bjos!!!

Renata de Aragão Lopes disse...

Sempre guardamos, Andréa,
um pouco de meninice...

Obrigada por retribuir a visita.
Volte sempre!

Um beijo.

Leandro Jardim disse...

Embora sem o rigor métrico, é um belo soneto, com todo o jeitão do soneto.

Sua poesia tem uma doçura que muito me agrada: é rica na simplicidade de ser bonita!

beiJardins

Renata de Aragão Lopes disse...

"Sua poesia tem uma doçura que muito me agrada: é rica na simplicidade de ser bonita!"

Guardarei suas palavras com todo carinho, Leandro! Elas evidenciam que tenho alçancado meu intento: o de escrever uma poesia simples, acessível, de fácil compreensão.

Quanto ao soneto, faltou a ele rigor métrico? Confesso que pretendo estudar um pouco mais sobre a contagem de sílabas poéticas. Para mim, "Sem alarme" estaria metricamente perfeito. Mas noto que, a cada soneto publicado (seja aqui, seja em outros blogs), surgem controvérsias a respeito. (risos)

Um abração e muito obrigada pela leitura e comentário tão atenciosos! BeiJardins! : )

Leandro Jardim disse...

Que bom que gostou =]

Quanto à métrica, entendo o que dizes, é o problema das elisões.

Você consegue ler todos os versos como decassílabos. Depois de ler seu comentário, tentei e achei o jeito.

Mas suponho que o "correto" (se é que algo pode ser classificado assim em poesia) é fazer a contagem a partir da leitura mais natural das elisões. Isso, pelo menos, reduz a polêmica =]

Sempre que quero escrever um soneto encontro essa mesma dificuldade.

De todo modo, é um belíssimo soneto (e porque não dizer 'modernista'?) este que tens!

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beiJardins